Foto: Família de Hanna / Arquivo Pessoal / Divulgação

Você sabia que no dia 19 de setembro é comemorado o dia mundial do doador de medula óssea? E você conhece o processo, como é realizado e quem pode ser um doador?

Em 2017, com 1 ano de idade, a Hanna foi diagnosticada com Leucemia linfoblastica aguda e como programado passou por aproximadamente 3 anos de tratamento quimioterápico, findando tratamento em 2020 sem sinais de doença em atividade. Após 6 meses de término de tratamento, infelizmente a doença voltou, acometendo não só a medula óssea novamente, mas também o sistema nervoso central. Desta forma, além de um novo tratamento, ela precisaria realizar um transplante de medula óssea para reconstituir sua medula acometida em uma medula saudável.

Foi iniciado então a busca por possíveis doadores. Não havia uma compatibilidade de 100% na família e a busca por compatibilidade por doadores inscritos no banco mundial de doadores de medula óssea não teve sucesso, ou seja, não encontramos doadores compatíveis disponíveis.

Em função das características genéticas do sistema HLA, a chance de se encontrar doador na família é de 30% entre irmãos e muito menor quando buscamos doadores não-aparentados.

Foto: Família de Hanna / Arquivo Pessoal / Divulgação

A mãe da Hanna, a advogada Daniela Porto, nos conta um pouquinho de como foi essa espera e a busca por doador: “Nós sentimos um misto de esperança e ansiedade, porque o doador 100% compatível provavelmente seria uma boa solução para tratarmos a enfermidade.

Quando descobrirmos que havia três doadores 100% compatíveis, ficamos muito felizes, porque teríamos três possibilidades de Transplante alogênico com um doador 100% compatível, mas a cada doador que se tornava indisponível (com ou sem justificativa) nós nos sentíamos decepcionados, tristes, mas continuávamos esperançosos, porque ainda poderíamos fazer o transplante haploidêntico aparentado, ou, ainda tentarmos outro tipo de tratamento sem o transplante.
Sempre pensamos que se houvesse um por cento de chance, lutaríamos pela cura.”

Com o processo em andamento e a necessidade do transplante, o centro transplantador optou pela doação de medula da própria mãe, que é parcialmente compatível com a filha, e dessa forma o transplante foi realizado com sucesso.

“Como doadora me senti como uma Mulher Maravilha, uma super-heroína, mas, acima de tudo, me senti como uma mãe muito sortuda, porque pude ajudar a minha filha a nascer por duas vezes! Peço a Deus para poder ser doadora de outro paciente” – Daniela Porto, mãe da Hanna.

A Hanna mantém o acompanhamento pós transplante, e sem leucemia, graças a possibilidade de receber uma medula óssea saudável, doada pela sua mãe!

DOAÇÃO E TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA

VOCÊ SABE O QUE É O TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA?
O transplante de medula óssea é um tratamento para algumas doenças que afetam as células do sangue (leucemias, linfomas, aplasias de medula, anemia de Fanconi, anemia falciforme e mais 80 tipos de doenças). Consiste na substituição de uma medula óssea doente, ou deficitária, por células normais da medula óssea, com o objetivo de reconstituição de uma nova medula saudável.

É na medula óssea que se localizam as células-tronco hematopoéticas, responsáveis pela geração de todo o sangue (glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). Ela é a fábrica do sangue. Essas são as células substituídas no transplante de medula.

COMO É O TRANSPLANTE PARA O DOADOR?
Antes da doação, o doador faz exames clínico e complementares para confirmar o seu bom estado de saúde. Não há exigência quanto à mudança de hábitos de vida, trabalho ou alimentação. A doação é feita em centro cirúrgico, sob anestesia, e tem duração de aproximadamente 2 horas – não dói! São realizadas punções, com agulhas, nos ossos posteriores da bacia e é aspirada a medula. Esta retirada não causa qualquer comprometimento à saúde.

Há um outro método de doação chamado coleta por aférese. Nesse caso, a pessoa faz a doação por meio de uma máquina que colhe o sangue da veia do doador, separa as células-tronco e devolve os elementos do sangue. Não há necessidade de internação nem de anestesia, sendo todos os procedimentos feitos pela veia.

COMO É O TRANSPLANTE PARA O PACIENTE?
Depois de se submeter a um tratamento que destrói a própria medula, o paciente recebe a medula sadia como se fosse uma transfusão de sangue. Essa nova medula é rica em células chamadas progenitoras, que, uma vez na corrente sanguínea, circulam e vão se alojar na medula óssea, onde se desenvolvem. Após a recuperação da medula, o paciente continua a receber tratamento em consultório e hospital.

QUAIS OS RISCOS PARA O DOADOR?
Os riscos são poucos e relacionados a um procedimento que necessita de anestesia. Por este motivo, o estado físico do doador é checado anteriormente, só se habilitando ao procedimento de doação os que têm boas condições de saúde. Por volta de 15 dias, a medula óssea do doador estará inteiramente recuperada e o doador pode doar novamente, sem comprometimento de sua saúde.

ONDE POSSO ME INSCREVER PARA SER UM DOADOR VOLUNTÁRIO DE MEDULA ÓSSEA?
É possível se cadastrar como doador voluntário de medula óssea nos hemocentros em todos os estados do país.

COMO É FEITO O CADASTRO:
É coletado pequena quantidade de sangue da veia (como um simples exame de sangue) sendo o mesmo analisado e suas informações armazenadas no banco de dados de doadores de medula óssea.
Simples assim.
Se em algum momento, você for compatível com alguém que precise do transplante, você será contactado para seguir com o processo de doação e possivelmente, salvar uma vida!

SEJA DOADOR DE MEDULA ÓSSEA, CADASTRE-SE, SALVE UMA VIDA!

Muitas crianças e adultos aguardam medulas compatíveis para transplante, muitas vidas aguardam a sua decisão para serem salvas!