O pequi e a sua importância para o norte mineiro

O pequizeiro, cujo nome científico é Caryocar brasiliense, é uma arvore de médio porte, típica do Cerrado, cujos frutos são chamados de pequi ou “piqui”. As folhas do pequizeiro são fáceis de se reconhecer, com três “dedos” no final do ramo, são grandes e com pequenos pelos nos dois lados da folha e possuem as bordas recortadas. As flores de cor branco-amarelada também são grandes e reunidas em cachos de até 30 flores, o que chama atenção de diversos animais.

No cerrado é comum ocorrer em média 25 pequizeiros por hectare, mas podendo chegar a 100 arvores por hectare em algumas vegetações mais fechadas. O pequizeiro atinge de 7 a 12m de altura. Os troncos são retorcidos e podem crescer para os lados e as vezes próximos ao chão.

A quantidade de frutos depende muito do tamanho da arvore, principalmente da copa e do tronco. Na região norte de Minas Gerais, os pequizeiros com troncos mais grossos do que 25cm de diâmetro produzem o dobro de frutos que as arvores com troncos mais finos. No sudeste de Goiás, os pequizeiros com menos de 11cm de diâmetro produzem poucos frutos. O pequizeiro que produz muitos frutos em uma safra, não frutifica muito na safra seguinte e vice-versa. Embora a produção de frutos em duas safras consecutivas possa variar em uma mesma árvore, a produção total de frutos na área como um todo não difere muito entre as safras.

O pequi faz parte das tradições, canções e alimentação das comunidades rurais, e atualmente, o fruto é bastante apreciado também nas cidades. Os pratos típicos são preparados com a polpa que tem sabor e cheiro bem típicos. A polpa do pequi tem o dobro de vitaminas C que a laranja e tem também outros componentes que ajudam a combater o envelhecimento precoce e a cegueira. A exploração do pequi ainda é feita apenas de forma extrativista e há poucas iniciativas de cultivo comercial. No período da sagra, muitas pessoas coletam e comercializam os frutos e caroços naturais ou processados, principalmente como polpa e óleo.

Uma maneira de produzir bens na qual os recursos naturais uteis são retirados diretamente da sua área de ocorrência natural, em contraste com a agricultura, o pastoreio, o comercio, artesanato, serviços ou a indústria é chamado de extrativismo. Em geral representa um caráter secundário em relação a atividade produtiva principal, tanto na alimentação quanto na geração de renda. Porém, em alguns casos, a atividade extrativa se torna a principal atividade desempenhada.

As atividades desenvolvidas por estas populações tradicionais, sendo talvez a principal, o extrativismo vegetal, se constituem em alternativas de ocupação e renda no meio rural. Além disso, contribuem para a manutenção da socio biodiversidade brasileira dos conhecimentos relacionados, porque os valorizam.

Com o manejo correto da produção dos frutos, o extrativismo colabora para que muitos moradores de zonas rurais, tenham sua renda única e exclusivamente deste meio de produção, como por exemplo o pequi, que pode compor até certa de 57% da renda anual dos trabalhadores do campo e ainda como citado anteriormente aplicando corretamente as técnicas de boa pratica do extrativismo, como a coleta de frutos caídos no chão e cuidado com possíveis mudas ao redor da arvore, pode colaborar para que haja uma expansão dessas arvores.

 

Fotos: Divulgação Internet