Pais e alunos reclamam de má prestação de serviço em faculdade de Montes Claros

Imagem: internet/ divulgação

A chegada do novo coronavírus alterou a rotina de muitas escolas e universidades em todo país. Muitas buscaram adaptar a metodologia de ensino, outras decidiram suspender as aulas presenciais e seguir com as aulas remotas, o que tem gerado dúvidas em relação ao atendimento e principalmente reclamações por parte dos pais e alunos.

Em Montes Claros, os pais e estudantes do Centro Universitário FIPMoc (Unifipimoc) estão solicitando um posicionamento do Grupo Afya Educacional, que há pouco mais de um mês assumiu a gestão da universidade. De acordo com eles, a instituição está em falta com os contratantes dos serviços prestados pela unidade. A equipe do Portal Web Terra ouviu alguns pais e alunos, que afirmaram o descaso e dificuldade em negociar com a empresa.

A aluna Ana Teresa Torquato Y Gonzalez, do 5º período do curso de medicina, reclama da desorganização e demora da instituição em entregar os resultados de conclusão de semestre.

“Veja a situação: nós alunos teríamos que ter recebido o resultado de uma prova há dois dias, e a instituição só veio liberar o resultado sem o gabarito apenas agora, ou seja, a prova final para quem é dependente dessa nota seria realizada amanhã, sem o gabarito não temos como saber se houve algum erro de correção e assim reivindicar. Após muitas reclamações eles adiaram a prova para sexta, pois quem fosse realizar a avaliação ficaria prejudicado com o tempo desorganizado para estudos.”, relata a aluna.

A Marilene de Fátima Araújo é mãe da estudante, Ana Teresa, e reclama que logo no início da pandemia alguns pais em consenso se uniram e acionaram o Procon a fim de reivindicar os valores integrais pagos na mensalidade, visto que as aulas só aconteceram de maneira online e com muita dificuldade em resolver assuntos administrativos por parte da faculdade, mas até o momento eles não tiveram nenhum retorno.

“Todos esses problemas já foram repassados para a coordenação da instituição que simplesmente não faz nada a respeito. A impressão que temos é que a faculdade que paga os alunos para estudar lá, é muito descaso. Tudo é do jeito deles e eles não escutam os pais, nem alunos”, afirma Marilene.

Jilvan Olegário Silva é pai da aluna Laize Félix Olegario, ela está no 8º período de medicina na Unifipimoc, eles são da Bahia e conta que a filha teve um problema sério de saúde, que ocasionou até um rompimento de um aneurisma cerebral e não obteve nenhum apoio da instituição. Diante da situação, ela foi obrigada a trancar um semestre e ao retornar no seguinte, ela foi contemplada com um reajuste no valor mensal como se fosse uma aluna nova que estaria entrando na faculdade.

Marilda Caires também tem um filho na instituição e diz estar impressionada com a falta de respeito com os pais, pois desde que houve a troca de gestão eles não estão cientes das mudanças que acontecerão na instituição.

“Eu sinto que somos apenas clientes de um produto cada vez mais caro, e que temos que pagar da maneira que eles querem sem ao menos nos oferecer a possibilidade de negociar a mensalidade e ficar por dentro da dinâmica deles. Minha primeira filha também fez medicina lá, e as coisas eram bem diferentes, hoje é um atendimento totalmente comercial. Estamos em meio a uma pandemia e não nos deram um centavo de desconto em nada e nenhuma maneira nos foi oferecida para pagamento, muito pelo contrário”, desabafa a mãe.

Em nota a faculdade Unifipimoc informou que desde o dia 1º do mês de junho, vem passando por uma grande transição, implementando novos processos com objetivo de alinhar as filosofias das duas corporações. A nota ainda destaca que a instituição está ampliando os canais de atendimento e permanece de portas abertas para manter relacionamento transparente e acolhedor com a comunidade acadêmica e a sociedade.

“Todos aqueles que precisarem de atendimento, poderão agendar visitas à instituição, dialogar com a direção e coordenadores de curso. A Unifipimoc reitera seu compromisso com a transformação e crescimento dos seus acadêmicos. Sempre garantindo a melhor qualidade de ensino, assim como o acesso ao ensino superior de forma ampla, e propagando conhecimento e oportunidades para nossa cidade”, encerra a nota.

PROCON

O Procon de Montes Claros foi acionado pelos alunos e pais e está atento à situação. De acordo com o diretor do Procon, Alexandre Braga, existem ações judiciais desde o ano passado da promotoria do consumidor juntamente com o órgão, para que as faculdades particulares sejam obrigadas a conceder um abatimento do valor da mensalidade devido a pandemia.

“Diante o quadro da pandemia houve uma alteração na forma de prestação dos serviços destas instituições, sendo assim ajuizamos que as faculdades fossem obrigadas a conceder esses abatimentos nas mensalidades dos alunos. O processo ainda está em andamento, chegaram a ser dadas algumas liminares pela justiça de primeira instância em Montes Claros, mas depois essas liminares foram declaradas suspensas pelo Tribunal de Justiça de Minas gerais”, declara Alexandre Braga.

Ainda segundo o diretor, para esse ano, o Procon Estadual elaborou uma nota informando que o setor de ensino e escolas de uma maneira geral devem levar em conta que a prestação de serviços está sendo realizada de maneira remota e híbrida e que isso deve ter um impacto na formação do preço das semestralidades ou anualidades. “Então a gente tem o entendimento de que este ano de 2021 também é preciso que o preço da mensalidade dos alunos reflita na forma de prestação desses serviços colocados diante este cenário de pandemia”, finaliza Braga.

 

*SUGESTÃO DE MATÉRIA ENVIADA AO QUADRO PORTAL DO POVO – WEB TERRA