A transformação digital na comunicação e nos negócios

A comunicação passa por profundas mudanças, isto não é novidade para ninguém. Aí que está o problema, as mudanças são tão rápidas que muitas vezes quando tentamos nos adequar, a coisa já mudou de novo. Será se isso não está acontecendo com a sua empresa? Quando você começa a pensar em criar um site para sua marca/produto aparecer pelo menos nas pesquisas do google, chega uma enxurrada de possibilidades, como as redes sociais e canal no YouTube.

A boa notícia é que tudo pode ser uma ótima oportunidade de melhoria. O tema do 3º GECOM* foi Transformação Digital na Comunicação e nos Negócios, ancorado pelo professor da FAAP e especialista em mídia digital, Eric Messa. Vou tentar resumir o conteúdo que ele nos brindou em sua palestra. Como falei lá no início deste texto, o site deixa de ser o objeto principal do mix de marketing digital e passa a ser um aliado das redes sociais. Ter uma presença digital nas redes sociais ainda é uma realidade bem insipiente no Norte de Minas, mas como já é a realidade no mercado, precisamos nos adaptar e nos preparar.

Se a sua empresa já possui um perfil nas redes sociais, como ela está se comunicando? A comunicação é uma característica exclusiva dos humanos e por isso será mais eficaz quando for de gente para gente, buscando a identificação do outro lado. E ainda, o profissional que lida com esta comunicação deve saber observar o comportamento da sociedade e da cultura digital, para absorver um novo paradigma de comportamento e corresponder às expectativas do consumidor.

Eric Messa lembrou que antes a gente assistia a TV na sala, com a família, nem mudava de canal. Depois, cada um com a sua TV, num consumo individualizado. E, por fim, a informação pelas telas digitais, que de forma interativa te oferecem ícones pedindo atitude. A pessoa escolhe o que deseja ver e participa da produção de conteúdo. O tempo é real, queremos saber tudo na hora em que elas acontecem. Os jornais ganharam novas formas de informar, e mesmo nas redes sociais, o diferencial dos veículos deve ser a credibilidade e a qualidade do conteúdo.

A formação multidisciplinar de quem produz o conteúdo é fundamental neste mundo multiconectado. As competências deste novo profissional englobam publicidade, jornalismo, relações públicas e até cinema, para o conteúdo de vídeo. O discurso é outro para as novas gerações. Uma agência de publicidade, por sua vez, deve prestar consultoria na estratégia sobre a venda do produto, pensando nele em 360°, para só depois comunicar.

Saber onde seu público-alvo está é outra dica. Uma pesquisa mostra a relação entre o crescimento de seguidores de páginas de marcas, no período de 2015 a 2018: no Facebook 34%, no YouTube 800% e no Instagram 2.000%. A geração Z, que nasceu entre 1995 e 2010, será 40% do público consumidor no mundo, até 2020. Eles são apenas 11% dos usuários no Facebook, 24% do Instagram e 31% do YouTube. E nesta última plataforma, não funciona colocar apenas seu comercial. Entre um vídeo de comercial de tv e um vídeo contando a experiência de alguém com seu produto, o segundo certamente terá mais audiência.

Gente se relaciona com gente

Na internet, as pessoas se relacionam com outras pessoas, e não com as marcas. Afinal, depois de uma boa pesquisa no Google, acabamos acreditando no depoimento de quem já experimentou alguma marca. Daí o sucesso inegável do Reclame Aqui, um site de reclamações contra empresas sobre atendimento, compra, venda, produtos e serviços.

Destaque para o papel do influencer digital para ajudar na identificação de um produto com seus seguidores. A escolha de quem deve falar sobre determinada marca precisa ir além do número de seguidores e likes. Observar a relação dele com o seu público-alvo é importante para trazer mais resultados de venda. Muitas vezes o próprio consumidor, ao divulgar espontaneamente a experiência com seu produto, causa melhor resultado.

Outro ponto importante é estar preparado para esta era da exposição, das selfies. Já pensou em ter um espaço próprio para seu cliente fazer selfies? Muitos eventos e lojas já fazem este espaço para gerar divulgação espontânea. Em Montes Claros, temos como exemplo uma imagem de asas, no muro do ateliê da artista plástica Conceição Melo. Um convite para post, nas redes sociais.

Com a superexposição da sociedade, há registro permanente de todos os rastros digitais, a Big Data. Com informações de dados de um perfil, posts e geolocalização é possível criar a propaganda personalizada. O índice de rejeição será menor. No YouTube, os comerciais que antecedem a exibição dos vídeos, são vistos na íntegra por apenas 20% das pessoas e 80% não esperam nem 5 segundos para sair.

Para evitar a propaganda disruptiva, que incomoda e não é bem-vinda, existe a segmentação do público, os personas e os clusters. Eles mostram sobre o perfil demográfico, geográfico, psicográfico e comportamental. Neste mundo digital, cada vez mais é preciso entender de pessoas, de estratégia de marketing e estar preparado para mudar no ritmo que a tecnologia exige. Isso é transformação digital na comunicação e nos negócios!

*Nágila Almeida é Jornalista, especialista em Gestão de Negócios e Marketing; graduada em Publicidade e Propaganda; Letras; Assessora de Comunicação. Email: nagilaalmeida@yahoo.com.br

**GECOM – Evento sobre Gestão em Comunicação que, na sua terceira edição, aconteceu durante a Fenics.