“As pessoas não têm noção da importância de uma gota de leite”, afirma mãe que recebeu doação do alimento para o filho

No dia que é celebrado o Dia Mundial de Doação de Leite Humano o Portal Webterra traz relatos emocionantes de mães que conseguiram salvar a vida dos filhos por meio de doação do alimento.  Uma realidade preocupante nos Postos de Coleta de Montes Claros.

O pequeno Pedro Lucas nasceu pesando 960 gramas, na 29ª semana de gestação, um quadro considerado prematuro extremo. Foi então, que a Fernanda dos Santos iniciou a peregrinação de amamentar o filho com doação de leite. Ele está internado há três meses.

“Por ter passado por um processo muito doloroso, minha produção caiu. Graças a Deus eu consegui doação de leite, leite humano salva vidas, porque repõe vitaminas, melhora o peso, a saúde do bebe melhora. Para mim, a doação de leite salvou a vida do meu filho. Não há outro razão para amamentar, a não ser, salvar vidas. Leite aqui no hospital para nossos filhos é sagrado”, afirma Fernanda. Hoje o Pedro pesa 2.415 gramas.

Quando a reportagem do Webterra se aproximou para entrevistar Ivani de Jesus Marques, encontrou uma mãe chorando por não poder amamentar a filha Alice, internada há dois meses.

“A doação de leite salvou a vida da minha filha. Muitos bebes não aceitam a fórmula e eu não tive leite para amamentar minha filha, porque ela nasceu muito prematura, com 27ª semanas, 550 gramas e, se não fosse o leite doado, ela não teria reagido e melhorado, ter ganhado peso para ter força de ganhar o tratamento. A força da minha filha vem do leite materno”, garante Ivani.

Posto zerado

O depoimento das duas mães acima pode emocionar a você que lê esta matéria, mas a realidade dos Postos de Coleta de Leite Humano não é tão emocionante assim. Há três meses, o posto da Santa Casa está zerado. A Santa Casa conta com dez leitos  de UTI, de berçário e na Pediatria.

“Nosso estoque não tem a quantidade de leite suficiente para atender essa demanda, que é variada, de acordo com a necessidade do bebê, por isso é importante manter o estoque. Nós precisamos muito da contribuição das mães da comunidade, porque as mães que estão no hospital estão com o psicológico abalado pela separação do filho, então mesmo ajudando e as incentivando a tirar o leite, a produção é pouca”, explica a Enfermeira e Coordenadora da Maternidade e Posto de Coleta, Karla Beatriz.

Karla ressalta, ainda, sobre a importância do recebimento do leite humano, considerado o alimento mais importante e essencial para o bebê.

“É importante que a criança tome o leite materno, porque ele é considerado a primeira vacina do bebê, por carregar os anticorpos que ela precisa, nutrientes, não existe nada que se compare ao leite materno. A gente sabe que o bebe melhora mais rápido quando ele recebe o
leite humano”, afirma.

A enfermeira, Karla Beatriz, faz um alarme às mães que realizam a amamentação cruzada, ou seja, amamentam o filho de outra mãe. A velha história de filho de peito.

“A amamentação cruzada não é recomendada e não deve acontecer, devido ao risco de transmissão de doenças. Todo leite para ser utilizado por outro criança precisa ser pasteurizado, por isso, fazemos a coleta de exames e levamos o leite ao banco de leite para pasteurização. Nunca amamentar o filho de outra mãe. Se houver a necessidade, eu vou fazer a retirada para encaminhar ao banco de leite”, alerta Karla.

Em Montes Claros, o Hospital Aroldo Tourinho é o único Banco de Leite da cidade e região. Ele recebe as coletas, faz o processo de análise, pasteurização e validação do leite humano e devolve aos hospitais.

O Banco de Leite do hospital tem a capacidade de pasteurizar 7 litros de leite por dia e, atualmente, 25 mulheres estão cadastradas como doadoras.

“O banco de leite reconhece a importância que tem esse gesto de amor que é a doação de leite materno. Ato sublime que ajudam a salvar muitas vidas”, afrima Zilá Aparecida Soares Pereira, Diretora de Qualidade do Hospital Aroldo Tourinho

Hoje, o estado do Banco é razoável, mas novas doadoras são aceitas sempre.  A mãe precisa ter uma boa produção de leite para um bebê e ainda para que consiga doar o excedente. Ela precisa ser saudável, não fumar e estar com os exames médicos em dia.

Informações (38) 2101-4034

Postos de Coleta

Em nota, o Hospital das Clínicas Doutor Mario Ribeiro informou que “não possui banco de leite próprio. Utilizamos o banco de leite do Hospital Aroldo Tourinho. Contudo, enviamos doadoras para a instituição e, também, para os hospitais Santa Casa e Universitário”.

Já o Hospital Universitário, conta com 30 doadoras que conseguiram abastecer a produção total do Posto de Coleta, em março.

A Maternidade oferece assistência domiciliar e hospitalar as puérperas com dificuldade em amamentar, ordenhar e/ou armazenar, além de captar doadoras de leite humano para disponibilização do leite para os RNs retidos na UTI – Neonatal, que na maioria das vezes são de outros municípios e a mãe não se encontra presente. O serviço conta ainda com um Disk Amamentação através de 0800, que ter por objetivo prestar esclarecimentos à comunidade em relação às dúvidas sobre o manejo do aleitamento e da doação do leite materno. (08002834700).

Dia Mundial

O Dia Mundial de Doação de Leite Humano é uma iniciativa para a proteção e promoção do aleitamento materno, voltada para a sensibilização da sociedade para a importância da doação de leite humano. A data comemorativa foi instituída em dezembro de 2015, com a Lei Nº 13.227, de 28 de dezembro de 2015.

A primeira comemoração do Dia Nacional de Doação de Leite Humano foi realizada no ano de 2004. Anualmente, o Ministério da Saúde, em parceria com a rBLH-BR, produz e distribui material de divulgação por todo o Brasil. Alguns estados possuem também campanhas próprias e grande parte dos bancos de leite humano celebram a data com eventos.