Na manhã dessa quinta-feira, 16 de dezembro a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), anunciou a conclusão do inquérito Policial instaurado para apurar crime de Homicídio qualificado na forma Tentada, cujo suspeito é um Sargento do Corpo de Bombeiro Militar.
A tentativa de homicídio aconteceu no dia 27 de outubro de 2021 no Bar do Soró, no bairro São José em Montes Claros, Norte de Minas. Na respectiva data o militar esteve no estabelecimento com sua esposa e sua filha de 14 anos; naquele dia a vítima estava no mesmo local em outra mesa com amigos. Segundo informações da PC ao perceber a presença do jovem no bar a menina muda de comportamento e o pai resolve ter uma conversa com a vítima, pois de acordo com os policiais os dois adolescentes eram colegas de escola e já conversavam há muitos anos.
A PC disse ainda que os pais da menina sabiam do “envolvimento” que ela tinha com o menino, inclusive troca de fotos íntimas e a relação entre os dois começou quando ela tinha 10 anos e ele 17. O delegado da Polícia Civil Drº Bruno Rezende responsável pela delegacia de Crimes Contra a Vida deixou claro que não houve nenhum contato, importunação ou envolvimento sexual entre os dois.
O Comandante do Corpo de Bombeiros Militar de Montes Claros Fernando Augusto Alves Ferreira, disse que o ocorrido é um “fato isolado”, e que o mesmo continua trabalhando no setor administrativo da corporação, já que as apurações internas estão acontecendo e também pelo fato do mesmo ter se apresentado na delegacia da PC e entregado a sua arma particular.
Bruno Rezende destacou ainda que a PC recolheu as imagens na época do fato e apurou a situação. A vítima de 21 anos foi alvejada por 9 disparos e foi levada para o hospital Santa Casa de Montes Claros onde ficou internado após passar por cirurgias e só teve alta na semana passada.
A PC destaca que pediu a prisão do autor, porém o Juiz NÃO decretou, pois não via motivos para o militar ser preso já que se apresentou por livre e espontânea vontade. O delegado conta que em depoimento o homem fala que se arrepende do que fez.
De acordo com a PC o inquérito do caso foi concluído no dia 1º de dezembro e a justiça continua seguindo todos os protocolos.
Questionado sobre a cobrança da família e da população pelo autor da tentativa ainda não estar preso o delegado chefe do 11º Departamento de Polícia Civil, Drº Jurandir Rodrigues Cesar disse que a justiça não faz distinção do investigado e quando se trata de um militar ou algum membro da segurança pública as regras de investigação são ainda mais pertinentes.
A Família da vítima esteve em frente o prédio da 11º Região Integrada de Segurança Pública (Risp) com cartazes pedindo justiça. A equipe do Portal Web Terra conversou com a Daniela França que é mãe do jovem; ela diz que o filho teve alta e está em casa recuperando da cirurgia e sente muito medo do que possa acontecer com a família. A mãe disse ainda que o filho não mexe os braços, pois os tiros acertaram a região do ombro e faz uso de remédios fortes.
Sobre o autor estar respondendo em Liberdade
“É uma tremenda injustiça, pois ele cometeu um crime bárbaro, se fosse um cidadão qualquer já estaria preso, porém é um militar por isso ainda não foi preso. Um bombeiro que salva vida querer tirar a do meu filho? Ele nunca fez mal a ninguém, disse Daniela.”
Ela diz que seu filho contou como tudo aconteceu no dia, e no momento que foi alvejado pelas costas e caiu ao chão ele só lembrava-se dela e pedia para não morrer.
A família do jovem pede justiça!