Dia da Fome no Brasil e Minas

Como pode um país que possui uma vasta produção agrícola, guiado por um sistema neoliberal, com lucros altíssimos, voltou a ter tanta gente passando fome? De acordo com uma recente reportagem do Brasil 247, que traz uma leitura da conjuntura atual, diz que em plena segunda década do terceiro milênio, dados comprovam que 112 milhões de cidadaõs sofrem algum grau de insegurança alimentar e 20 milhões enfrentam a fome, diariamente (Dados da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar).

A pandemia não é a única culpada, para muitos estudiosos, essa crise sanitária planetária foi uma porta que abriu e mostrou o tamanho da desigualdade no país. Desigualde que pode ser visivelmente obsevada através do estudo “Efeitos da pandemia na alimentação e na situação da segurança alimentar no Brasil”, feito pela Universidade Livre de Berlim, na Alemanha, em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais e a Universidade de Brasília, 44% dos entrevistados reduziram o consumo de carnes e 41% diminuíram o consumo de frutas durante o último trimestre de 2020.

Minas Gerais – Dados divulgados pelo IBGE (Istituto Brasileiro de Geografia e Estatistica) em 2020, diz que 68,1% dos domicílios mineiros estavam com segurança alimentar, 21,8% na situação de insegurança alimentar leve, 6,1% segurança alimentar moderada e 3,3%, isso correspondia a mais de 233 mil domicílios passavam fome efetivamente. Hoje a situação pode ser ainda mais complexa.

Norte de Minas: Para saber um pouco como está a região, o Portal Web Terra conversou com duas mulheres, uma de Montes Claros outra de Jaiba, Elisandra Nayara, 4 filhos, moradora do bairro Major Prates, trabalhadora autônoma, diz que atualmente, ganha em torno de 90 reais/dia e que com essa renda, faz o possível pra segurar as pontas. Porém, segundo ela, durante o isolamento social passou por várias dificuldades.

Já Maria de Jesus, moradora do bairro Centro Comunitario, Jaiba. Que relatou que trabalha colhendo mamão, está com uma filha precisando de uma cirurgia, mas não tem condições para pagar. Disse ainda, que muitas vezes a geladeira fica vazia. Pois, paga aluguel, água, luz e ainda tem as compras de supermercado;” se não comprar comida, como vou viver?”, questiona Maria.