Brasil celebra os 132 anos da Proclamação da República

Proclamação da República: ovação popular ao General Deodoro da Fonseca e Bocayuva, na rua do ouvidor, Rio de Janeiro, 1889. Gravura segundo desenho de Veridiano de Carvalho.

A Proclamação da República ocorreu um ano e meio após a abolição da escravatura. No dia 15 de novembro de 1889, o marechal Deodoro da Fonseca saiu de sua casa no centro do Rio de Janeiro, próximo à Central do Brasil, para proclamar a República acompanhado por uma tropa de cerca de mil militares.

A data de hoje é dedicada para relembrar um marco na história do Brasil que aconteceu nesse mesmo dia e mês, mas no ano de 1889: a Proclamação da República.  15 de novembro, marca uma mudança significativa na política brasileira e, apesar de estar indo para seus 132 anos, há alguns fatos interessantes sobre esse acontecimento que talvez você não saiba até hoje. Confira!

1. Aconteceu um atentado contra D. Pedro II antes da Proclamação

A elaboração do plano de transição da Monarquia para República aconteceu de portas fechadas. Nos encontros, militares, políticos e acadêmicos debatiam maneiras de compartilhar as ideias republicanas, de obter cargos públicos e criar partidos políticos.

No dia 15 de julho de 1889, Adriano Augusto do Valle, um republicano português, disparou contra D. Pedro II no momento em que ele saía de um concerto na cidade do Rio de Janeiro. Enquanto atirava, o sujeito gritava frases que refletiam seu posicionamento político.

Apesar da tentativa, Valle não conseguiu acertar o Imperador e, no dia seguinte ao ocorrido, foi preso por tentativa de assassinato. Na época Dom Pedro II escolheu abafar o caso com objetivo de desencorajar demais interessados e impedir o aumento da moral do movimento republicano. Por isso esse acontecimento não é tão comentado nas aulas de história.

2. A Princesa Isabel era julgada inadequada para assumir o cargo de Imperatriz

De acordo com alguns historiadores, a Princesa Isabel era vista pela elite brasileira como desqualificada para liderar o Brasil. Motivo: ser mulher. Mas essa não é a única justificativa, a impopularidade de seu marido Gastão de Orléans, o Conde d’Eu, influenciou nessa percepção.

Para eles, a gestão da Princesa teria forte influência estrangeira por conta do seu esposo. A elite ainda acreditava que sua religiosidade teria poder sobre ela, já que seguia fortemente aos mandamentos da Igreja Católica, sendo esse outro motivo que a configurava incapacitada para exercer tal liderança.

Ao assinar a Lei Áurea, em 1888, os ex-donos de escravos foram outra classe a pregar a inaptidão da Imperatriz. Eles a julgavam “piedosa demais” e sem “pulso firme” para governar. Essas questões só influenciaram para que a mudança política brasileira ocorresse.

3. Marechal, proclamador da República, era monarquista

Marechal Manuel Deodoro da Fonseca era muito conhecido por ser amigo pessoal de D. Pedro II e um monarquista. Por isso que, apesar de ter proclamado a República, não participou diretamente no planejamento do golpe que levou à destituição do Imperador.

Acontece que os republicanos não encontravam uma maneira democrática de instaurar o republicanismo, então decidiram usar a posição do Marechal — que era visto como herói da Guerra do Paraguai — para liderar o motim.

Historiadores dizem que Fonseca prosseguiu com o plano dos republicanos após rumores de que seria preso. Outro acontecimento que o fez prosseguir em sua decisão foi o desmanche do exército, acontecimento ordenado por Visconde de Ouro Preto, em 14 de novembro de 1889.

O pivô mesmo, no entanto, foi a descoberta de que Gaspar Silveira Martins sucederia Ouro Preto, tomando o cargo de Primeiro-Ministro do Império. Fonseca tinha um desafeto por Martins, então quando soube por Benjamin Constant que isso aconteceria, aceitou imediatamente assinar o decreto que instituiria o governo provisório republicano.

Tudo porque ele não concordava ter um inimigo como primeiro-ministro, um dos mais importantes cargos do sistema político.

[Com informações do megacurioso]