O avanço da vacinação e a redução do número de casos de covid-19 em Minas Gerais contribuíram para o aumento da procura por materiais esportivos, registrado a partir de setembro deste ano. A alta demanda desses produtos indica mais faturamento e geração de empregos para o setor. A maior parte das empresas instaladas ou que expandiram recentemente seus negócios no estado teve apoio da Agência de Promoção de Investimento e Comércio Exterior de Minas Gerais (Indi).
“Minas Gerais está perto dos grandes centros consumidores e possui a maior malha viária do país, o que nos dá uma vantagem logística muito grande. Junte-se a isso um regime tributário atrativo do Governo de Minas, que oferece vantagens para as empresas que negociam seus produtos dentro do estado”, afirma o diretor de Atração de Investimentos do Indi, Adriano Carvalho.
Situada no polo do e-commerce de Extrema, Sul de Minas, a InfraComerce distribui os produtos da gigante americana Nike e de outras empresas de material esportivo. Somente na primeira quinzena de setembro, o empreendimento já contabilizou incremento de cerca de 15% na demanda e se prepara para uma alta ainda maior nos próximos meses.
Vagas de trabalho
“Há aumento não só de infraestrutura material, para comportar o crescimento de inventário, mas também de corpo de funcionários. No mês de setembro, apenas no centro de distribuição de Extrema, aumentamos em 50% o número de vagas, nos preparando para a demanda crescente não só desse mês, mas também dos próximos. Em outubro, devemos ter um aumento médio de 60% do inventário. Esse crescimento traz não só custos logísticos (de separação, embalagem e controles), mas também na contratação de atendimento, insumos, transportadoras, em toda a cadeia operacional”, afirma a gerente de E-commerce sênior da Infracommerce, Helena Costa.
A Tecnotêxtil, situada em Três Pontas, no Sul de Minas, é um exemplo de indústria que está produzindo mais com a chegada da primavera e do verão. A empresa fabrica camisas esportivas para marcas mundiais, como Adidas, Puma e Track&Field, e uniformes de clubes como Palmeiras, Flamengo, Deportivo Cali (Colômbia) e Bolívar (Bolívia). “A demanda com a chegada da primavera é cerca de 20% maior do que a registrada no inverno”, diz o diretor da empresa, Paulo Tarandach, acrescentando que a Tecnotêxtil deve fechar 2021 com aproximadamente 3,5 milhões de peças produzidas.
Os fornecedores se beneficiam com a alta demanda de artigos esportivos. É o que ocorre com a Tricostura, da cidade de Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas. Ela fornece peças de acabamentos para roupas e calçados para outras indústrias. A empresa fabrica golas para as camisas oficiais do time Paris Saint Germain (PSG) e para as destinadas à América Latina. “Tivemos um aumento de cerca de 38% na nossa demanda e passamos de 98 para 138 colaboradores na produção. Esperamos manter esse ritmo até a segunda quinzena de novembro”, destaca o CEO da empresa, Cleverson Nogueira Gabriel.
Extrema concentra e-commerce
Além da Nike, outras marcas mundiais, como Mizuno e Under Armour, e nacionais, como Olympikus e Centauro, também possuem centros de distribuição em Minas Gerais. Somente em Extrema, há mais de 150 empresas do setor de e-commerce ilovee instaladas, responsáveis por movimentar o equivalente a 25% do volume do setor no país. Minas Gerais também concentra importantes polos da indústria têxtil nos municípios de Belo Horizonte, Divinópolis, Espinosa, Jacutinga, Muriaé, São João Nepomuceno, entre outros.
O diretor de Atração de Investimentos do Indi, Adriano Carvalho, ressalta que ainda há espaço significativo no estado para a expansão de empresas do setor de logística, inclusive em outras áreas. “Os galpões que existem hoje no Brasil são equivalentes aos de Chicago, além de nosso país ter estruturas semelhantes às existentes na cidade americana. Nós, mineiros, temos total condição de sediar outros hubs de logística semelhantes ao de Extrema, como nas regiões do Triângulo Mineiro e do Norte de Minas”, complementa.
(Com Agência Minas)