SES distribuirá coleira que previne leishmaniose em animais

Foto: Pedro Ricardo / Divulgação

Em ação conjunta da Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais (SES-MG) e o Ministério da Saúde em parceria com 132 cidades de várias regiões do país, o município de Montes Claros vai iniciar na próxima segunda-feira, 16, a execução da primeira etapa do Programa de Vigilância e Controle da Leishmaniose Visceral.

A previsão é quem em quatro anos, pelo menos 11.455 cães sejam inseridos no programa que além de controlar a doença, distribuirá a coleira Scalibor que é uma forma de repelir o mosquito transmissor da doença.

A leishmaniose é uma doença infecciosa grave, sistêmica e que pode causar a morte de pessoas se não for tratada. No meio urbano, o principal reservatório da doença são os cães. O Programa, conduzido pela Coordenação de Vigilância de Zoonoses e Doenças de Transmissão Vetorial do Ministério da Saúde, inicialmente será executado em municípios que, nos últimos três anos, apresentam alta, intensa ou muito intensa transmissão da leishmaniose visceral.

Nesta quarta-feira, 11, a Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros (SRS) repassou a primeira remessa de insumos para a Secretaria Municipal de Saúde de Montes Claros para o início do Programa. Além de Montes Claros a previsão é de que nas próximas semanas também serão contemplados com o início das ações os municípios de Jaíba, Grão Mogol, Fruta de Leite e Francisco Sá.

ESTUDO

Por meio de estudos de intervenção controlado e multicêntrico, realizado em 2010 em 14 municípios do país, entre eles Montes Claros, o Ministério da Saúde concluiu que a proposta de incorporação de coleiras impregnadas com inseticida (deltrametrina a 4%) para o controle da leishmaniose visceral foi responsável pela redução de 50% da prevalência da doença em cães nas áreas que passaram por intervenção. Após a obtenção desse resultado, o Ministério da Saúde realizou avaliação de custo e efetividade e chegou à conclusão de que os investimentos com o uso do insumo são positivos.

Os municípios serão divididos em áreas que serão determinadas a partir de setores censitários, considerando o coeficiente de incidência acumulada de leishmaniose visceral ou pelo menos um dos seguintes indicadores: número de cães por habitante; prevalência canina ou vulnerabilidade socioeconômica.

REPELENTE

A coleira impregnada com deltametrina 4% tem ação repelente contra o mosquito responsável pela transmissão do parasito da leishmaniose visceral. O insumo é de uso exclusivo em cães a partir de três meses de idade e deve ser trocado a cada seis meses.

 “Por consenso, o grupo recomendou a incorporação do uso da coleira impregnada com inseticida em cães como ferramenta de controle da leishmaniose visceral canina e humana”, pontua a nota técnica do Ministério da Saúde.