Em versão virtual, Museu Regional realiza a 9ª edição do “A Gosto da Unimontes”

Foto: Reprodução

A criatividade em tempos de pandemia se tornou essencial para preservar as manifestações folclóricas em Montes Claros, mantidas há várias gerações por mais de um século. É desta forma que a Universidade Estadual de Montes Claros trabalha para promover a 9ª edição do projeto “A Gosto da Unimontes”, de valorização dos principais festejos populares na maior cidade da região.

Aberta à participação da comunidade em geral, a programação foi divulgada nesta semana e terá atividades virtuais a partir do próximo dia 13, com atrações até 18 de agosto, nas diversas redes sociais Facebook e Instagram do Museu Regional do Norte de Minas, vinculado à Unimontes. A promoção é da Coordenadoria de Extensão Cultural (coordenador Igor Coimbra, coordenador) e da Pró-Reitoria de Extensão da Unimontes (pró-reitor, professor Paulo Eduardo Gomes de Barros), com supervisão do professor José Roberto Lopes de Sales e curadoria de Karine Dias, diretor e historiadora do próprio MRNM, respectivamente.

Serão apresentadas duas exposições virtuais, lançamentos de dois livros infantis associados ao folclore regional e postagens temáticas sobre o patrimônio artístico, histórico e cultural de diversos municípios do Norte de Minas. Outra intervenção será a edição mensal do grupo de leitura do Museu.

SAIBA MAIS

No primeiro dia de evento, o público poderá conhecer melhor o trabalho do artista ribeirinho Vinícius Ribeiro, na exposição “Figura de Proa”. Ele apresenta 15 desenhos gestuais e ilustrações digitais autorais inspirados na mítica das carrancas do Rio São Francisco. “Nesta exposição busquei valorizar a carranca como patrimônio cultural de Pirapora, que ainda se mantém viva pelas mãos dos mestres carranqueiros. Representa um imaginário que expressa o desejo de proteção de forma poética, seja da proteção do nosso patrimônio, a cultura, o rio e a memória de um povo”, disse.

Vinícius apresenta duas séries (“Figuras de Proa” e “Partida”) e revela fazer uma “espécie de metamorfose da face do povo ribeirinho e as feições de carranca, como um arauto do rio”. O artista trata as carrancas como uma “mitologia e sua relação com o rio narrando uma história de desaguar”.

Com a técnica de pintura a óleo aplicada em esteiras de bambu, Cleiton Cruz apresentará no dia 18/8 mais uma série de produções inspiradas nos símbolos dos festejos. As 18 telas fazem uma analogia entre o cidadão comum e os personagens folclóricos. “Como as pessoas comuns que fazem parte dos festejos vivenciam o sentimento de ser um catopé, caboclinho ou marujo ao longo de todo ano e não somente durante as Festas de Agosto”, depõe Cleiton, que chega ao quarto trabalho autoral em parceria com o Museu. Entre 2019 e 2021, apresentou as exposições “Cores e Faces do Sertão Mineiro”, “Dançantes em Agosto” e “O Mundo de Maya.

“A vida do dançante não é só festa. É trabalho e luta diária, no seio de uma sociedade que, muitas vezes, só abre espaço no período do festejo. Mas é neste ponto que o dançante lança a sua força e delimita o seu espaço. Ser catopê, marujo e caboclinho é algo de todos os dias para aqueles que vivenciam a devoção, a música e a dança”, relata Cleiton, em sua apresentação.

LINGUAGEM INFANTIL

Já no dia 20, serão lançados dois livros infantis também com inspiração nas cores e personagens dos festejos folclóricos e com a sugestão de “perpetuar entre as crianças os maiores símbolos da cultura local”. As obras são assinadas pela escritora Rita de Cássia Oliveira Guimarães. Em “Zezinho Catopê”, a história mistura realidade com ficção para narrar o universo folclórico inspirado na vida do mestre Expedito. Já em “Gente, cadê Luiz?”, o livro apresenta uma estória da própria autora: a experiência de sua família com a dança dos catopês na contemporaneidade. Cleiton Cruz assina as ilustrações nos dois trabalhos.

A história, arte e a cultura do patrimônio regional também ganha destaque no “A Gosto da Unimontes”. O Museu organizou uma série de postagens temáticas no Instagram e no Facebook sobre a origem, arquitetura, religiosidade e espacialidade de vários municípios do Norte de Minas. A primeira publicação remete à histórica Grão Mogol, que chegou a estar entre as 12 cidades mais populosas do Brasil na década de 80 do século XIX por causa da exploração de diamantes. A coordenação é da historiadora Karine Dias e mediação de Jefferson Juneo.

No último dia do mês, acontecerá o encontro virtual do Grupo de Leitura no Museu”, projeto do Programa de Pós-Graduação em Estudos Literários em parceria com o Museu Regional. A obra comentada será “Água de Barrela”, da escritora Eliana Alves Cruz, que narra a história da família da própria autora, com o resgate de várias gerações que conviveram com o período de escravidão no Brasil. A coordenação é do professor doutor Márcio Jean Fialho de Sousa.

As redes sociais do Museu são Facebook e Intagram.