Covid-19: estudo indica que anticorpos podem durar até 12 meses

Imagem: ilustrativa/ internet

Nesta semana foi divulgado pela Agência Brasil um estudo chinês constatando que anticorpos contra a covid-19 podem durar até 12 meses em mais de 70% dos pacientes que se recuperaram da doença. A pesquisa foi realizada pelo Centro Nacional de Pesquisa para Medicina Translacional da Universidade Jiao Tong e foram coletadas cerca de 1.800 amostras de plasma convalescente, parte do sangue rica em anticorpos, de 869 pacientes que tiveram covid-19 em um prazo de até 12 meses após o diagnóstico.

O estudo revela ainda que a vacinação pode ser efetiva em restringir a propagação do coronavírus porque gera uma resposta imunológica semelhante à produzida naturalmente pelo corpo contra os vírus vivos e que a vacinação pode “restringir efetivamente a propagação” do novo coronavírus, promovendo resposta imunológica semelhante à forma como o corpo gera anticorpos contra vírus vivos.

Claudia Biscotto, Infectologia, Clínica Médica, ressalta que os estudos a respeito da imunidade contra covid-19 ainda são muito iniciais, já que a doença é ainda considerada nova.

“Até esse exato momento, não tem como a gente fazer um exame e ter certeza que está 100% protegido contra a covid-19. O gente sabemos é que, quem teve a doença está protegido contra novas infecções, o tempo que fica essa proteção pode ser até mesmo superior a um ano, mais do que isso mas infelizmente a gente não tem como comprovar ainda. Os anticorpos que são detectados pelo sangue são apenas uma das frentes de imunidade contra o vírus.”, afirma Biscotto.

A médica acredita que nenhum exame até então consiga mensurar quanto que é essa imunidade em cada um de nós de forma individual e por quanto tempo essa imunidade vai durar. “Estima-se que essa vacinação contra a Covid-19 seja necessária um novo reforço a cada ano, assim como já acontece com a gripe, mas isso também está sendo estudado e avaliado em qual realmente será a periodicidade desse reforço. Por isso, que esse exame comum de anticorpo que a gente faz para ver se ou não protegido contra a doença, entretanto, na verdade ele não nos oferece a segurança e a garantia que estamos protegidos contra o vírus.”, conclui a infectologista.

Paulo Mazzola, contraiu a doença no início do ano e conta como foi sua experiência durante e após a contaminação com o vírus. “No início realmente os sintomas apresentados são bem semelhantes com os da gripe. A princípio vem a coriza, indisposição e febre, mas logo com o passar dos dias começa as dores nas articulações. O pior de tudo é a dificuldade para respirar, chega ao ponto de você sentir dores até na região abdominal.”, explica Paulo.

Ainda de acordo com ele, após contrair a doença ele ficou com sequelas e acredita que tenha sido em decorrência do vírus.

“Tem pessoas que realmente ficam com sequelas graves, principalmente problemas relacionados a coordenação motora. No meu caso o problema que eu tive foi na questão respiratória, eu acabei contraindo após o Covid um derrame pleural, conhecido também como como líquido nos pulmões.”, conclui Paulo.

Segundo ainda os resultados da pesquisa chinesa, em nove meses os níveis de anticorpos caíram para 64,3%, em relação ao nível atingido após os pacientes contraírem o vírus e, a partir desse período, estabilizaram até o décimo segundo mês.

A resposta imunológica foi mais forte nos homens do que nas mulheres durante os estágios iniciais da infeção, mas a diferença diminui com o tempo, tornando-se praticamente igual após 12 meses. Pessoas na faixa etária entre 18 e 55 anos desenvolveram níveis mais elevados de anticorpos, segundo o estudo.

O Grupo Nacional de Biotecnologia da China, afirma que a subsidiária da Sinopharm, o estudo é o mais extenso dos que verificaram a continuidade da resposta imunológica em pacientes recuperados.

Leila Santos
Graduada em Jornalismo pela Funorte, Leila tem uma sólida trajetória na comunicação, com vasta experiência em diversos veículos de imprensa. Atualmente, faz parte da equipe do Portal Webterra, onde se destaca pela entrega de informações precisas e relevantes, sempre comprometida com a qualidade e a integridade jornalística.