Gás de cozinha sobe 7% em agosto

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A Petrobras anunciou nesta terça-feira, 6, que vai elevar em 7% os preços em reais do gás natural entregue às distribuidoras regionais a partir de 1º de agosto deste ano. De acordo com a empresa, o reajuste de 5,9% é contratual e feito a cada três meses, com base nos preços do petróleo, câmbio e da revisão da parcela do transporte, repassada pela empresa. Atualmente o gás em montes claros varia de R$95 A R$110.

Proprietária de um restaurante na cidade, Neide Ramos de Araújo reclama dos aumentos constantes do produto. De acordo com ela, esses ajustes recorrentes torna o cenário é difícil para empreender – a empresária usa em média quatro botijões de gás por semana.

“Diariamente preparamos marmitas para vender. Esse não é o primeiro aumento durante o ano e com a pandemia as coisas ficaram ainda mais difíceis, houve uma queda nas vendas. Fora que além do gás, existe a alta dos alimentos o que influencia no preço final das refeições.”, aponta à empresária.

Kauã Gabriel Souza Fernandes é auxiliar de escritório da Central do Gás, inaugurada há 1 ano e meio em Montes Claros. Segundo ele, a empresa entende que o momento é delicado para a população devido à pandemia.

“Atualmente vendemos o gás a R$95, ainda não fizemos alterações nos valores. Aqui na Central, tentamos sempre repassar o mínimo de reajuste para os nossos clientes, já que a situação não está favorável para ninguém. Temos o conhecimento que se aumentarmos de forma repentina os valores, consequentemente perdemos vendas. Então sempre reunimos com representantes de outras distribuidoras para tentarmos juntos encontrar um caminho para amortecer um pouco para os consumidores”, conclui Kauã.

De acordo com o economista, Marcos Verassani, existem fatores que influenciam no valor final do gás. “O preço do gás de cozinha é determinado por dois fatores: o preço do dólar e do petróleo. Temos um fator positivo que foi a valorização do real perante o dólar, porém, o preço do barril do petróleo está em alta, o que encarece o GLP.”, afirma o economista.

O Procon de Montes Claros informou que os trabalhos de fiscalizações só ocorrem em casos considerados de abusos, ou seja, quando não existem causas especificas para o aumento.

“O Procon e nenhum órgão de defesa do consumidor faz controle de preço, em via de regra em algumas exceções, na verdade acontece, mas quando acontece não é o Procon que tem essa atribuição de controlar. O Procon atua quando existem indícios de abuso de valor por parte de algum fornecedor ou  empresa. No caso do gás de cozinha, o aumento do preço tem uma explicação que é justamente o aumento na Petrobras, sendo assim, não seria um caso de abuso das revendedoras e sim um impacto da política econômica do governo federal no preço final desses produtos”, ressalta Alexandre Braga, diretor do Procon.

Em nota, a Petrobras informou que os valores praticados nas refinarias são diferentes dos percebidos pelo consumidor final no varejo. A empresa lembra que até chegar ao consumidor são acrescidos tributos federais e estaduais, custos para envase pelas distribuidoras, além dos custos e margens das companhias distribuidoras e dos revendedores.

“A referência para esses ajustes [de 7%] é a cotação dos meses de abril, maio e junho. Durante esse período, o petróleo teve alta de 13%, seguindo a tendência de alta das commodities globais; e o real teve valorização de cerca de 4% em relação ao dólar, em consequência, o ajuste será de 7% em R$/m³”, informou a empresa.

Leila Santos
Graduada em Jornalismo pela Funorte, Leila tem uma sólida trajetória na comunicação, com vasta experiência em diversos veículos de imprensa. Atualmente, faz parte da equipe do Portal Webterra, onde se destaca pela entrega de informações precisas e relevantes, sempre comprometida com a qualidade e a integridade jornalística.