Um novo kit de diagnóstico desenvolvido pela Embrapa Gado de Corte obteve alto índice de acerto na detecção da tuberculose bovina, doença responsável por perdas anuais de cerca de US$ 3 bilhões na pecuária de corte mundial. A inovação está em associar o método Elisa (sigla inglesa para ensaio de imunoadsorção enzimática) ao teste intradérmico, atualmente o único oficial para a tuberculose bovina no Brasil. O novo kit apresenta como vantagens a praticidade, rapidez e possibilidade de testar várias amostras em curto espaço de tempo, além de automação na obtenção dos resultados, baixo custo e fácil padronização para uso em diferentes laboratórios.
A comercialização do kit Elisa vai possibilitar que a tecnologia desenvolvida pela Embrapa chegue em breve ao mercado brasileiro. Segundo o pesquisador da Embrapa Gado de Corte, Flábio Ribeiro Araújo, especialista em imunologia e biologia molecular, o teste sorológico Elisa está fundamentado em um antígeno para imunodiagnóstico da tuberculose causada pela bactéria Mycobacterium bovis.
“O exame é feito em placas e quando a reação é positiva ele gera uma coloração. O novo teste sorológico complementa o intradérmico ou tuberculinização, oficialmente usado hoje no Brasil. Além de acelerar o saneamento do rebanho, não interfere no estado imunológico do animal, podendo ser feito várias vezes”, pontua.
TUBERCULOSE BOVINA
A tuberculose bovina é um problema de saúde pública porque é transmissível para o homem, seja na ingestão ou manipulação de leite contaminado ou mesmo na inalação de gotículas de animais infectados. As bactérias estão presentes no leite cru, por isso a legislação determina o consumo de leite pasteurizado, pois o processo elimina as bactérias indesejáveis prevenindo a transmissão da doença para o homem. Na carne, a TB pode ser identificada na carcaça e em algumas vísceras, e, uma vez constatada pela inspeção, é descartada. Da mesma forma que não se recomenda ingerir leite cru, não se deve comer carne que não foi inspecionada.