Ritmo de admissões nos pequenos negócios mineiros cai em março  

Saldo de empregos no segmento cai 47% em relação a fevereiro

O saldo de empregos nos pequenos negócios mineiros em março, apesar de positivo (17.346 vagas) caiu 47% em relação a fevereiro (32.988 vagas). O segmento respondeu por quase metade das vagas geradas em todo o estado em março. É o que mostra o levantamento feito pelo Sebrae Minas com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

Embora o saldo de empregos tenha se mantido positivo em março, houve uma queda de 8% na taxa de admissões e um aumento de14% na taxa de demissões em relação a fevereiro. O resultado confirma a queda no índice de confiança do setor em março, apontado pela pesquisa Iscon, do Sebrae Minas.

“A inversão da curva de crescimento das taxas de admissão e demissão pode indicar uma tendência de queda da atividade econômica nos próximos meses, por conta da paralização de boa parte das atividades em razão da pandemia”, avalia a analista da Unidade de Inteligência Empresarial do Sebrae Minas Gabriela Martinez.

Em janeiro e fevereiro, os pequenos negócios mineiros registraram uma taxa de crescimento das admissões de 14% e 17%, respectivamente, em relação aos meses anteriores. Já a taxa de demissões vinha no sentido oposto, com quedas de 3% e 4% naqueles meses. “Abril deve refletir melhor essa tendência negativa, já que a suspensão das atividades foi mantida ao longo de praticamente todo o mês”, completa a analista.

O levantamento do Sebrae mostra que quase oito em cada 10 vagas geradas pelos pequenos negócios mineiros em março foram ocupadas por homens e mais de 40% por jovens entre 18 e 24 anos. Mais de 60% dos admitidos tinham o Ensino Médio completo.

Desempenho dos setores, atividades e municípios

Os pequenos negócios do setor de Serviços foram as que apresentaram o melhor saldo de vagas (6,5 mil) em março, uma queda superior a 30% em relação a fevereiro. Comércio, Indústria e Construção Civil aparecem praticamente empatados, com um saldo aproximado de 3 mil vagas cada.

Entretanto, as micro e pequenas empresas (MPE) do Comércio e da Indústria apresentaram a redução mais expressiva no saldo de vagas em relação a fevereiro, em torno de 60%. A Agropecuária foi o único setor a apresentar crescimento no saldo de vagas em março (2 mil), em relação a fevereiro (1 mil).

As atividades ligadas a transporte de carga, construção de edifícios e comércio varejista de produtos farmacêuticos foram as que tiveram o melhor saldo de empregos gerado pelas MPE em março.

Belo Horizonte foi o segundo município do país com o maior saldo de empregos nos pequenos negócios em março (1,8 mil), atrás apenas do Rio de Janeiro (3,3 mil). A capital, seguida por Betim, Contagem, Passos e Araguari são as que registraram o maior saldo de empregos no estado naquele mês.

 

Por Cida Santana