Vereador de Montes Claros pede que o município importe “kit intubação”

 

Foi aprovado, na manhã desta terça-feira (27), o Requerimento 10/2021 para que a Câmara Municipal de Montes Claros envie ao Prefeito e Secretária de Saúde, um Ofício solicitando que o município importe os medicamentos para o “kit intubação”. O objetivo é reestabelecer os estoques dos medicamentos, a fim de evitar o colapso da saúde pública na cidade.

O requerimento foi colocado em plenário pelo Vereador Wilton Dias (PTB). De acordo com o Parlamentar, a proposta foi bem aceita pela casa que entendeu a necessidade que os hospitais estão passando.

A possível falta do “kit intubação” é motivo de preocupação para o vereador Wilton, já que profissionais da área da saúde estão em alerta para uma possível crise de desabastecimento de remédios cruciais usados no combate à covid-19 em todos hospitais da Região.

Segundo Dias, alguns fornecedores estão com dificuldade de realizar as entregas, pela falta no mercado nacional, por isso se faz necessário importar os remédios que são primordiais, pois trata-se de um conjunto de medicamentos que deve ser utilizado toda vez que o paciente precisa ser entubado e adaptado ao ventilador mecânico. Isso inclui medicamentos para controlar a dor, sedar e relaxar a musculatura.

No momento o município não registra falta de medicamentos do kit intubação, mas a situação é de alerta. Os estoques estão se encaminhando para um nível de atenção, não só em Montes Claros, mas em todo estado.

Segundo Dulce Pimenta, o município não é responsável pela compra desses medicamentos “quando o município contrata o hospital, ele contrata com o todo, que inclui a medicação. O que o prefeito está fazendo é alertar ao Ministério da Saúde para priorizar essas unidades. Não tem como o município comprar, porque o município não é responsável por essas unidades. Semana passada faltou medicamentos nos hospitais e quem conseguiu, entendendo a dificuldade que enfrentamos foi o prefeito Humberto Souto. Estamos em cima do Ministério da Saúde, da Secretária de Estado de Saúde, mas a falta é geral, em todo País”, esclareceu Dulce.

Wilton disse que discorda da secretária. Segundo ele, o município possui recursos para adquirir esses medicamentos.

“Já foi anunciado que o município estava à beira de falta. Nós temos exemplo do município de Betim que fez a aquisição desse medicamento. Esse medicamento é importado. Nós sabemos que o sistema Nacional muitas das vezes está sendo utilizado para atender demandas até do próprio Governo Federal através da aquisição desses medicamentos. Então o prefeito tendo recursos, que eu sei que tem ele pode fazer a antecipação e comprar. Por que isso vai nos dar uma tranquilidade, porque imagina só, a falta de ar mata só de você ficar pensando que você vai ter ela. Então vamos sim precaver. Eu tenho certeza que o prefeito vai pensar nisso”, afirma Wilton.

No último dia (17/04) o Governo recebeu 133.215 unidades de fármacos são compostas por midazolam, propofol e besilato de cisatracúrio, itens essenciais à sedação dos pacientes. Parte dos medicamentos foi enviada pelo Ministério da Saúde (108.215 unidades) e também houve a aquisição, pelo Estado, de 25 mil unidades de midazolam. 25 hospitais que se encontram em níveis considerados críticos receberam os medicamentos.

Segundo a Secretaria de Estado e Saúde (SES-MG), o estoque de sedativos utilizados na intubação do paciente de Covid encontra-se em nível não recomendável para o enfrentamento da pandemia, mesmo com a chegada destes insumos. As unidades hospitalares, que antes trabalhavam com estoque de 60 dias ou mais, enfrentam dificuldades no abastecimento.