Começa nesta terça-feira (2), o programa de castração de cães e gatos, em Montes Claros. O projeto da Prefeitura tem como objetivo realizar o controle reprodutivo através da cirurgia de castração, além de desenvolver ações de mobilização social e educação em saúde.
A fase inicial do programa será com os animais da região do grande Independência, local que apresenta índice elevado de casos de Leishmaniose Visceral (calazar) em humanos.
Para isso, equipes do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) já estão realizando no bairro o inquérito canino, para verificar os animais inseridos nos critérios exigidos. A castração é gratuita e destinada a animais de pessoas em situação de vulnerabilidade social.
Dados do Hospital Universitário
A Leishmaniose é uma doença infecciosa causada pelo protozoário do gênero leishmania e a transmissão acontece por meio da picada do mosquito hematófago da família dos flebótomos, mais conhecido popularmente como mosquito-palha. Os animais domésticos, sendo os cães os mais comuns, são os hospedeiros da doença. O Norte de Minas é considerada como região endêmica por causa das condições climáticas consideradas favoráveis para a proliferação do inseto (calor intenso e tempo seco na maior parte do ano).
Segundo dados do Hospital Universitário Clemente de Faria, da Unimontes, divulgados em janeiro desse ano, a Leishmaniose apresentou, em 2020, uma redução substancial do número de casos atendidos pelo HU que é referência neste tipo de atendimento. No ano passado, foram 459 pacientes acometidos pelos tipos visceral (calazar) e cutânea, enquanto, em 2019, a unidade registrou 504 casos. A queda é de 8,92%.
Mas se fizer a análise individual para cada tipo da doença, o cenário é diferente. O número de casos de Leishmaniose Visceral no HUCF caiu 50,8% de um ano para outro. No ano retrasado, foram 185 atendimentos. Já em 2020, o Hospital teve apenas 91 registros. Esta é a forma mais grave da doença e, dentre seus sintomas, destaca-se a febre irregular e de longa duração, além do aumento do tamanho do fígado e baço, falta de apetite e perda de peso, anemia e sensação de fraqueza.
Já em relação à Leishmaniose Cutânea, também chamada de Tegumentar, houve um aumento na incidência em 5,3%. Passou de 264 em 2019 para 278 casos atendidos no HUCF em 2020. Há, ainda, o subtipo Cutaneomucosa, com o registro ainda maior: subiu 60% entre os dois anos, passando de 50 casos em 2019 para 80 em 2020.
Leishmaniose cutânea: apresenta como principais sintomas erupções cutâneas, principalmente no nariz, boca e garganta. As lesões possuem o formato ovalado, a cor avermelhada, as bordas elevadas e delimitadas e, geralmente, indolores. É importante observar também que, cerca de duas semanas após a picada do mosquito, pode surgir no local uma elevação avermelhada, formando em seguida uma lesão com uma crosta ou secreção.E os casos não especificados (NE) do tipo da Leishmaniose dobraram no mesmo período, de 5 (2019) para 10 atendimentos (2020).