Moradores do conjunto habitacional Pampulha Tênnis Residence, em Montes Claros, tem vivido momentos de terror. Eles acusam a associação do local de perseguição a algumas famílias, principalmente as que não querem fazer parte do grupo. Em entrevista ao Portal Webterra, moradores que não quiseram se identificar, disseram que passaram momentos de constrangimento, alguns afirmam ter sofrido ameaças de morte.
Um dos moradores afirmou que tentou desassociar por causa de irregularidades e ficou surpreso com a reação dos diretores do grupo.
“Não concordamos com a forma que estava funcionando a associação, não foi cumprido o requisito básico, que é dois terços de todos os proprietários de lote, de comparecer na assembléia, e isso não aconteceu; e a partir daí, nós sofremos sansões administrativas, por fatos que não ocorrem”, diz. Ainda segundo ele, em diversas situações, alguns moradores foram penalizados e outros, na mesma situação, não. “Ou seja, alguns são beneficiados”.
Ao questionar a associação, o morador afirma ter sofrido ameaças de morte pelo presidente. “Antes de descer do carro ele falou que estava armado, fazendo menção que iria sacar a arma, veio em direção falando que iria me arrebentar, no sentido de me intimidar”.
Outra reclamação é com relação a uma área de reserva ambiental que fica próxima ao clube, onde segundo os moradores, a associação construiu três quiosques, mas só podem fazer uso do local, quem fizer o pagamento de R$250 mensais. “Eles não deixaram a gente fazer o agendamento para usar o local, que é público e está sendo usado de forma particular”. Os moradores chegaram a registrar um boletim de ocorrências.
Outro morador reclama que pelo fato de estar inadimplente com a associação, sofreu retaliações. Ele e a esposa foram impedidos de receber visitantes e encomendas na própria casa.
Ele procurou a prefeitura, e afirma que teve acesso a um documento que comprova que o residencial é um loteamento aberto, e não condomínio fechado, o que segundo ele, anula os desmandos da associação.
O que diz o acusado
O Portal Webterra conversou com o presidente da associação, que preferiu não ter o nome divulgado. Ele negou as acusações de ameça de morte a um dos moradores. “Isso nunca existiu”, disse por telefone.
Com relação as retaliações aos moradores inadimplentes e as proibições deles receberem visitas ou encomendas nas residências, o presidente da associação disse que não sabe do que se trata. “Eu não sou porteiro e não sei disso e provavelmente estaria fora do horário”.
Sobre a área de lazer que, segundo os moradores, foi construída em reserva ambiental, o presidente afirmou que as regras do local seguem o regimento interno e revelou que o local é sim privado e que somente as áreas verdes são públicas.
Sobre o conjunto habitacional ser fechado, ele garantiu que há uma lei que autoriza o controle, mas ele não sabe dizer que lei é essa.
“As reclamações não foram feitas por nenhum associado a mim e acho estranho não ter sido levadas às assembleias”, finalizou.