Pedreiro é acusado de cometer diversos estupros contra crianças, ao longo das últimas três décadas, em Várzea da Palma

Foto: Divulgação / Internet

Um pedreiro, de 54 anos, é suspeito de cometer diversos estupros contra crianças, ao longo das últimas três décadas, em Várzea da Palma, no Norte de Minas. A Polícia Civil concluiu o inquérito, que corria em segredo de Justiça, em janeiro deste ano. Foram ouvidas e anexadas ao processo 14 vítimas, mas o delegado acredita que possa haver muito mais. Caso condenado, o suspeito, Dinamá Pereira Resende, pode pegar mais de 25 anos de prisão, pelos crimes de estupro e estupro de vulnerável.

De acordo com o delegado Guilherme Vasconcelos, responsável pelo caso, o homem fazia projetos sociais, como aulas de dança para meninas, para atrair as vítimas. “Ele começou a trabalhar com crianças na década de 80. Ao longo dos anos, mais de 5 mil meninas, entre 6 e 8 anos, participaram de seus projetos. Ele se aproveitava da vulnerabilidade e do descrédito na palavra das crianças para praticar os abusos”, começa o delegado.

Segundo as investigações, como a cidade era pequena e existia pouco a se fazer no local, ele se aproveitou dessa carência para praticar os abusos. Ele utilizava um discurso religioso, com o propósito de difusão da fé, realização de shows de dança, apresentações folclórica, dentre outras. As principais vítimas eram crianças carentes, em famílias com estrutura mais frágil.

“Gerações de mulheres passaram por isso. Ele fazia um grupo para crianças dançarem, tinham torneios de futebol, rezavam o terço. Há relatos de abusos que teriam sido praticados na casa das famílias das vítimas, em um momento de distração, quando a pessoa ia buscar um copo de água, por exemplo”, conta.

O delegado ainda salienta que a primeira vítima a denunciá-lo fez um relato muito contundente. Outras quatro vítimas apareceram na sequência, com histórias similares. “Fizemos uma análise de perfil que ele desempenhava, e com isso conseguimos identificar outras vítimas. Há uma coincidência muito grande entre os relatos, mostrando uma mesma forma de prática de abuso de crianças”.

“Ele era uma pessoa que gozava de um respeito social significativo, embora os rumores já existissem. Os fatos não são recentes, são bem antigos. Não há dúvida que ele praticou, com crianças e adolescentes, atos de natureza sexual. Fizemos um trabalho extenso para identificá-las [as vítimas] e entender sua forma de atuação”, continua o delegado.

Diversos abusos

Nos relatos das vítimas, a polícia explica que houve diversos tipo de abusos. Segundo o delegado, “desde a conjunção carnal em si ao contato lascivo (mãos nas nádegas e seio)”. Alguns relatam que ele as buscava em casa, de bicicleta e que, no trajeto, “passava as mãos nelas”. Algumas vítimas foram abusadas uma vez e outras ao longo de várias ocasiões.

As vítimas ainda relataram que sequer tinham conhecimento do que estava acontecendo. “Só com o passar do tempo que perceberam. Isso gerou uma grande angustia para essa mulheres, com problemas psicológicos na fase adulta”, explica o delegado.

O delegado lembrou que hoje essas vítimas são mulheres, casadas, mães, que sofrem em silêncio. Por vergonha, medo, questões psicológicas e outros motivos, algumas não quiseram relatar a violência. Além dos abusos com as crianças, o homem teve algumas relações com mulheres adultas, que também relataram estupros. O relato mais atual é de 2017, em que as vítimas contam que teriam sido abusadas por ele.

Prisão preventiva negada

Em dezembro do ano passado, o delegado chegou a pedir a prisão preventiva do homem, que foi negada. Em vez disso, foram impostas medidas cautelares que, segundo o delegado, têm sido cumpridas pelo suspeito. Também não foi apreendido nenhum material de pornografia infantil com ele. Quando começou a investigação, ele alegou que seu computador havia sido furtado.

O homem, que não possui ficha criminal, responderá em liberdade. Ele, que trabalhava como pedreiro na prefeitura da cidade, foi afastado das atividades. Ele também foi proibido de ter qualquer contato com as crianças e promover eventos.

Fonte: BHAZ

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