‘Museu em Casa’: projeto virtual da Unimontes compartilha itens de acervo e detalhes históricos

Já pensou em levar ambientes diferentes para dentro de casa e aprender sobre cultura, história e arte? Sim? Isso agora é possível para os apreciadores de Montes Claros. Diante do isolamento social que ainda perdura há meses, a Unimontes lançou, recentemente, o projeto “Museu Em Casa”. Tudo é feito de forma on-line sem a necessidade de deslocamento.

É através das redes sociais que a aventura acontece; o Museu Regional do Norte de Minas compartilha com o público informações acerca de itens do ajuntamento e detalhes históricos. De acordo com a Unimontes, até então, são mais de 700 peças catalogadas pela equipe do museu. A meta é chegar aos 1,2 mil itens, que fazem parte do acervo permanente. Eles serão gradativamente disponibilizados nos canais virtuais. Existem também peças de exposições temporárias, sendo telas, fotografias e esculturas dando destaque aos artistas regionais.

Com o antedimento presencial no prédio do antigo Casarão da Fafil e da Escola Normal da cidade suspenso, a iniciativa é de entretenimento durante o distanciamento social.

Como surgiu?

Segundo a universidade, a ideia do museu on-line surgiu a partir da própria dinâmica que o local oferece, quando já registrou mais de 53 mil visitantes em pouco mais de cinco anos de existência. As imagens com as informações detalhadas são compartilhadas nas redes sociais oficiais.

“A ideia do projeto surgiu da necessidade de continuar a manter o contato com o público visitante do museu, como também de ampliar a difusão do conhecimento sobre o nosso acervo e sobre o Museu Regional. Muitas pessoas da região ainda não conhecem, e este primeiro contato com as redes sociais, se torna um convite interessante”, explica a historiadora e autora do projeto, Karine Dias.

No espaço, há quatro eixos temáticos: Meio Ambiente, Ocupação do Território (Pré-História e Povoamento), Desenvolvimento Urbano de Montes Claros e Saberes/Fazeres e Celebrações.

A produção da pesquisa e a edição gráfica também é feita pela Karine. Os registros fotográficos ficam a cargo do estagiário Jefferson Juneo, do curso de História da Unimontes. Já os educadores Matheus Alves, Isabella Lima e Dayane Botelho produzem nas narrativas das peças escolhidas, assim como a própria Karine.

“As peças foram selecionadas a partir da sensibilidade que temos daquilo que desperta maior atenção e interesse do público quando visita o museu. Objetos com histórias curiosas e que promovam uma identificação e despertem o interesse do público pelo conhecimento é o nosso objetivo”, ressaltou Karine.

George Daniel é acadêmico do sexto período do curso de História e avaliou como positiva a proposta, sendo relevante para a democratização do acesso à cultura uma que os montes-clarenses e pessoas da região se conectarão a história da qual faz parte. “Uma oportunidade que as pessoas que nunca tiveram oportunidade de conhecer o museu pessoalmente, conhecerem o seu acervo. A ideia deve ser pensada para depois do isolamento social também, como uma extensão do museu, com a disponibilidades dos acervos permanentes e temporários que fazem parte do museu.

Interação com o público

Um tour pela rede e é possível conhecer a história da chapinha feita para modelar cachos, conhecida como  baby liss, que foi inventada por Marcel Grateau, em 1890. Além de detalhes sobres as máquinas de datilografia, revolucionárias para a escrita entre os séculos de XIX e XX ou conhecer mais sobre os trípticos.

Três vezes na semana são feitas as postagens, sendo às segundas, quartas e sextas-feiras.  Para a historiadora, houve um aumento no número de seguidores, compartilhamento do conteúdo divulgado, bem como a interação entre o público nas postagens.

“Estamos recebendo mensagem de pessoas pedindo para a gente dar continuidade ao projeto após o isolamento, como também mensagem de nostalgia daqueles que vêem a publicação e falam da falta que sentem de poder ir ao museu, e que o projeto está auxiliando a “matar a saudades” do casarão”, finalizou.