IFNMG está produzindo álcool líquido 70% a partir de bebidas apreendidas pela Receita Federal

Começou nessa quinta-feira (2 de abril) mais uma ação de combate ao coronavírus no IFNMG-Campus Montes Claros: a produção de álcool líquido 70% com bebidas apreendidas e doadas pela Receita Federal do Brasil (RFB). De acordo com a instituição, não será possível produzir álcool em gel por falta reagentes no mercado.

A equipe que está transformando álcool 98% em 70% para a Secretaria de Saúde de Montes Claros é a mesma que está produzindo o álcool líquido a partir das bebidas. Os servidores que compõem a equipe de trabalho são os engenheiros químicos Saulo Fernando dos Santos Vidal e Ramon Geraldo, o biólogo Otávio Filho, o químico Daniel Magalhães, o técnico em laboratório Robson Vasconcelos e os graduandos em Engenharia Química Ana Clara e Raphael Mesquita.

Estimativa de produção

A estimativa é que com os 140 litros doados pela RFB seja possível produzir 80 litros de álcool líquido 70%. O engenheiro químico Saulo Fernando, professor do Campus Montes Claros, informa que durante o processo ocorre uma perda significativa de álcool.

“Pegamos a bebida, colocamos na nossa coluna de destilação para aquecer e para poder vaporizar o álcool. Depois, resgatamos o álcool na outra ponta da coluna, após resfriar ele retorna para o estado líquido”, explica o professor. A previsão é que o trabalho seja concluído em 20 dias.

O diretor-geral do Campus Montes Claros, Renato Cota, destaca que o álcool será doado para famílias em situação de vulnerabilidade social e para hospitais. “Mais uma vez, o IFNMG está utilizando a sua expertise, a sua competência técnica e a competência de seus servidores em prol da população, principalmente neste momento de enfrentamento do Covid-19. Não podemos deixar de destacar a importância da parceria com a Receita Federal, que fez a doação das bebidas por entender que, em vez de ser destruídas, elas, por meio das quais será produzido álcool 70%, vão ajudar hospitais e inúmeras famílias”, afirma o diretor.

Parcerias que promovem resultados coletivos

O auditor-fiscal da Receita Federal do Brasil Filipe Araújo Florêncio aponta que que a parceria vida além de beneficiar a oportunidade também irá reduzir os custos da RFB.

“Nesse caso específico, o Instituto tem a capacidade de transformar as bebidas em álcool 70%, o que é muito importante para o combate ao coronavírus. Essa é uma parceria muito interessante, dado que as bebidas muitas vezes são destruídas, gerando um custo muito grande para a administração fazendária. Assim, essa iniciativa reduz custos para a RFB, ao passo que o Instituto aproveita a sua excelente capacidade para transformar as bebidas em algo muito importante, especialmente nesse período de pandemia”, acrescenta o auditor-fiscal.

Essas bebidas foram apreendidas pois, de acordo com o auditor, foram importadas de maneira irregular, com infração às normas, configurando assim um crime que se chama descaminho. “Quando isso acontece, a lei configura como dano ao erário e determina o perdimento da mercadoria”, esclarece.

Florêncio ainda comunica que existe a possibilidade de a RFB destinar mais bebidas para o IFNMG. “Estamos acelerando os trâmites de outros processos que envolvem perdimento de bebidas, como os casos de infração à legislação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), principalmente na fabricação de cachaça, e aduaneira, com boas perspectivas de concluirmos a tempo de destinarmos para essa importante iniciativa”, destaca.