Homofobia é uma violação do Direito Humano fundamental de liberdade de expressão da singularidade humana, revelando-se um comportamento discriminatório. Pensando nisso, o Movimento Gay das Gerais (MGG), que é uma instituição de grande referência dentro do público LGBTQIa+, que trabalha na conscientização sobre toda a sigla LGBT. Ela foi criada em Montes Claros há mais de 20 anos e vem fazendo belos trabalhos.
“Nós acolhemos pessoas que foram abandonadas pela própria família ou até mesmo agredidas por preconceituosos. Vivemos uma luta constante, por isso que fazemos ações para alertamos a população de que o caráter não se define pela opção sexual de uma pessoa e ela pode ser o que quiser”, diz o presidente da ONG, José Cândido de Souza Filho.
De acordo com ele, a ONG realiza trabalhos de conscientização que vai da panfletagem até palestras em escolas, faculdade e empresas. Tudo com o objetivo de levar a todos o entendimento real sobre a causa trabalhada.
Ações Sociais
O MGG realiza um projeto chamado ‘Blitz Noturna’ que realiza entregas de panfletos e camisinhas nas BRs conscientizando as pessoas das doenças sexualmente transmissíveis como a AIDS, Hepatite e a Sífilis que vem crescendo muito o número de pessoas infectadas.
“Toda ação que fazemos é muito importante porque as doenças estão crescendo muito, inclusive as pessoas que querem fazer o exame nós encaminhamos para a Cerdi, que é um Centro de referência em doenças infecciosas de Montes Claros, onde somos parceiros e eles realizam os exames gratuitos e com muito sigilo”, explicou o presidente.
A ONG ainda encaminha as pessoas para fazerem tratamento psicológico se por acaso alguma doença for detectada na realização do exame. “É tudo feito com muito sigilo para a segurança das pessoas envolvidas, pois sabemos como o preconceito é pertinente, inclusive fazemos também atendimento jurídico com um advogado parceiro que nos ajuda com as pessoas que sofrem algum tipo de repúdio ou até mesmo agressão”, afirmou.
No dia (29 de janeiro), foi comemorado o Dia Nacional das Trans e Travestis e o MGG concretizou uma ação de conscientização sobre o assunto na Praça Doutor Carlos, no centro da cidade, para falar sobre a realidade da vida destas pessoas, já que o Brasil foi considerado o país que mais mata LGBT no mundo.
Sem preconceito
Maria das Graças*, de 58 anos, é mãe do Marco Antônio*, de 34, que é homossexual, e segundo ela, desde a infância já havia percebido que ele tinha os interesses diferente das outras crianças. “Com três anos eu já sentia ele diferente e com 16 ele se assumiu para mim. E eu lembro como se fosse hoje, eu o abracei e disse que ele nasceu do meu ventre e se esta era a opção dele, quem seria eu para julgá-lo”, contou a mãe.
Maria* diz ainda que o amor pelo filho nunca mudou, e sempre que necessário conversava com ele, dando conselhos e preparando para a realidade na qual ele iria enfrentar.
“A minha família veio me chamar para conversar e eu afirmei tudo, eles me castigaram, mas disse a eles que ele teria todo o meu amor e carinho, pois a nossa sociedade já recrimina e eu sendo a mãe dele como poderia lhe atirar a primeira pedra? Sendo assim eu nunca deixei ninguém se quer falar algo dele”.
Segundo a mãe, Marco Antônio* é casado com outro homem, e mora atualmente em São Paulo, e estão na luta para conseguirem montar uma família através da adoção. “Eu digo sempre que tenho dois filhos, pois amo muito o companheiro do Marco, os dois sabem entrar e sair em qualquer lugar, sempre respeitando as pessoas e o ambiente de trabalho, graças a Deus hoje todo mundo respeita e admira meu filho”, finalizou a mãe.
*Os personagens utilizados na matéria, que estão em destaques, não quiseram se identificar e por isso os nomes são fictícios.
**Escrita pela repórter Letícia Fernandes