Um jovem, de 26 anos, perdeu a visão do olho esquerdo após ser atingido por um disparo de bala de borracha feito por policiais no último sábado (30 de dezembro) em Montes Claros, no Norte de Minas. O fato ocorreu durante a dispersão de um “baile funk” na Avenida Deputado Esteves Rodrigues, mais conhecida como Avenida Sanitária, onde reuniu centenas de jovens.
A Polícia Civil informou que todo tipo de evento a ser realizado em vias públicas deve ter o alvará de funcionamento e solicitação da segurança para o local, e segundo a PC, o evento realizado no sábado não teve nenhum tipo de solicitação, pois foi marcado através das redes sociais, por isso a polícia militar foi acionada.
O estudante Miguel Vinicius Queiroz Gomes, que cursa o 8º período de Engenharia Civil, foi baleado no momento em que houve uma confusão no local e os policiais militares tiveram que intervir para interromper o tumulto e obstruir a rua citada, sendo necessário o uso de técnicas de controle de distúrbios para conter a multidão.
A família disse que foi registrado o boletim de ocorrência sobre ocorrido, mas a mãe do Miguel, Viviane Queiroz Gomes, disse que o filho dela esta transtornado com a situação e a família está muito abalada, mas a princípio estão preocupados com a saúde do jovem.
“Meu filho está no corredor do Pronto Socorro da Santa Casa, sofrendo com muita dor porque ainda não foi feito a cirurgia que ele necessita. A perda da visão foi um choque para todos nós. Estou indignada, meu filho é um menino bom, não bebe, não fuma, não usa drogas. Ele não estava participando do evento que ocorria no local, estava aguardando o amigo na porta do restaurante que trabalha para saírem para outro local”, afirmou a mãe.
A Santa Casa de Montes Claros esclareceu por nota que o paciente foi avaliado por uma equipe multidisciplinar, que inclui oftalmologistas e com o intuito de avaliar a melhor conduta médica e psicólogos.
O hospital informou ainda que a cirurgia que será feita pela equipe oftalmológica, cirurgia cabeça e pescoço e cirurgia plástica para retirada do globo ocular não foi realizada até o momento, devido a necessidade de aguardar que o edema causado após o trauma ocular desinche. Ressaltou que os familiares do paciente estão cientes da conduta.
Ainda de acordo com a Polícia Civil, foi aberto um inquérito policial para apuração e investigação de dano qualificado e resistência.
Escrita pela repórter Letícia Fernandes / Sugestão de pautas pelo telefone: (38) 9.9105-8500.