Ausência de fins lucrativos, gestão realizada por estudantes universitários, trabalho voluntário e empreendedorismo. Essas são algumas das características das Empresas Juniores, que chegaram ao país em 1988 e já reúnem mais de 22 mil universitários em todos os estados e no Distrito Federal. Segundo a Confederação Brasileira de Empresas Juniores (Brasil Júnior), o país apresenta 850 EJs abertas por meio de federações estaduais em 165 universidades.
Apenas estudantes de graduação podem fazer parte das empresas, que permitem pessoas de mais de um curso diferente. Os serviços prestados, a administração de projetos é realizada por valores abaixo do mercado, que são aplicados em iniciativas das próprias empresas.
As EJs foram responsáveis por produzir aproximadamente 18 mil projetos, em sua maioria para pessoas físicas (32,1%) e microempresas (31,1%). As pequenas empresas somam 17,6%, os empreendedores individuais 13,2%, as médias empresas 3,2% e os órgãos públicos 2%. Apenas 0,8% foram para grandes empresas.
Estudante de Engenharia de Agrimensura e Cartográfica, Matheus Dumas está entre os empresários juniores brasileiros. “A EJ ajuda no desenvolvimento da prática, atuando como qualquer empresa atuaria no mercado, o que dá vivência ao aluno e experiência ao lidar com pessoas fora do meio acadêmico e com o mundo pós faculdade. É quase como um teste drive da vida profissional”, afirma.
A Brasil Júnior integra o Movimento Empresa Júnior (MEJ) que existe em todo o mundo. No país, ele representa a cultura empreendedora jovem e tem como propósito preparar os graduandos a fim de despertar e aperfeiçoar habilidades como liderança, trabalho em equipe e comunicação.
“Grande parte do conhecimento que adquirimos na empresa é da vivência prática, do que encontraremos no mercado. Então, ele serve para ajudar no nosso desenvolvimento”, pontua Dumas, que trabalha no setor de marketing da Datum Jr., empresa desenvolvida no núcleo de engenharia da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Segundo dados do “Censo e Identidade” realizado anualmente pela Brasil Júnior, 51,3% dos empresários juniores se reconhecem como gênero feminino e os cursos mais frequentes nas EJs são os de Engenharia de Produção e Administração. O censo ouviu 5105 estudantes de 811 cursos de graduações de diversas áreas.
“Acho que deveria ser uma experiência obrigatória em todos os cursos de todas as instituições de ensino superior”, defende a estudante de Publicidade e Propaganda Ana Luiza Santiago, que fez parte da Agência Experimental Galáxia, EJ da Unijorge.
Outro ponto é que muitos estudantes acabam se sentindo perdidos sobre qual área do curso querem seguir. Neste aspecto, a EJ também contribui para o estudante ter mais certeza quanto a opção de curso. Além disso, têm a oportunidade de colocar em prática tudo o que aprendem em sala de aula e descobrir as afinidades com determinados segmentos do seu curso.
“O mercado, muitas vezes, não te aceita quando você não tem experiência e o aprendizado adquirido nas empresas juniores é um diferencial, além dos valores adquiridos por ser o primeiro contato profissional que a pessoa tem com uma dinâmica em grupo. Foi uma das melhores fases para mim. Não tinha nenhuma remuneração, mas a experiência era o meu maior ganho. Eu faria tudo novamente”, conclui a estudante.
Agência Educa Mais Brasil.