Especialistas descartam contaminação do São Francisco com rejeitos da barragem de Brumadinho

Foto: Semad/Divulgação

De acordo com o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), uma expedição, que ocorreu entre os dias 9 e 16 de maio, descartou a contaminação do “Velho Chico” com a lama que vazou da mineradora Vale. Durante oito dias, pesquisadores, peritos criminais e analistas ambientais percorreram 250 km dos rios Paraopeba e São Francisco para identificar a situação da água após o rompimento da barragem Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Ainda de acordo com o órgão, mais de quatro mil dados e amostras foram coletados, desde Brumadinho até os reservatórios de Retiro Baixo e Três Marias. “Os resultados obtidos até o momento permitem afirmar com segurança técnica que não há, até a presente data, evidências de que os rejeitos minerários oriundos do rompimento da Barragem 1 tenham ultrapassado os limites do reservatório de Retiro Baixo e atingido o lago de Três Marias e o Rio São Francisco”, diz a entidade.

Segundo o Instituto e os órgãos ambientais envolvidos no monitoramento do desastre, caso haja qualquer alteração nesses locais decorrente do desastre, a população será imediatamente informada por meio de comunicados oficiais e da imprensa. Eles ressaltam ainda a importância da população está atenta sobre a propagação de notícias sem embasamento científico adequado ou mesmo informações enganosas (“fake news”) que têm sido divulgadas desde a data do rompimento da barragem.

Foto: Sisema/Divulgação

A equipe avaliou imagens de satélite, medições radiométricas e hidrológicas, amostras de água e sedimentos de fundo dos corpos hídricos. “Os órgãos ambientais envolvidos no monitoramento do desastre ressaltam mais uma vez que permanecem vigilantes no acompanhamento da dispersão dos rejeitos no Rio Paraopeba. Dessa forma, asseguram que a população será imediatamente informada sobre qualquer alteração relevante no cenário de poluição decorrente do desastre”.

A expedição foi coordenada pela Polícia Federal, e contou com a participação da Universidade de Brasília (UnB), Agência Nacional de Águas (ANA), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Serviço Geológico Brasileiro (CPRM) e Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), além do apoio do Ministério Público do Estado de Minas Gerais, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Empresa Mineira de Pesquisa Agropecuária (Epamig), Prefeitura Municipal de Felixlância e empresas de consultoria ambiental.