Pesquisa da Unimontes avalia condições de saúde dos quilombolas

Fotos: Ascom da Unimontes/ Divulgação

As condições de saúde e de trabalho das comunidades quilombolas do Norte de Minas são levantadas em pesquisa desenvolvida pela Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), por intermédio do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde (mestrado e doutorado).

O diagnóstico é intitulado “Situação de saúde e trabalho de famílias quilombolas rurais”. Uma das responsáveis pela pesquisa, a profissional da Enfermagem e doutoranda em Ciências da Saúde, Pâmela Scarlatt Durães Oliveira, destaca que a pesquisa consiste em um dos maiores estudos sobre a temática da saúde dos remanescentes de quilombos no Brasil.

Serão avaliadas as condições de saúde e de trabalho dos integrantes de mais de 30 comunidades quilombolas em 17 municípios da região norte-mineira.

Quilombolas pesquisa

O levantamento conta também com a participação dos doutorandos em Patrícia de Sousa Fernandes Queiroz e Sérgio Vinícius Cardoso Miranda (também profissionais da Enfermagem) e Leonardo de Paula Miranda (cirurgião-dentista) e os mestrandos Rafael Fernandes Gomes (Enfermagem) e Luciana Santos Fagundes (odontóloga).

As atividades de pesquisa visam concluir as suas dissertações (mestrado) e teses (doutorado). Como resultados do levantamento, são esperadas quatro teses de doutorado, duas dissertações de mestrado e uma exposição fotográfica.

O estudo tem como orientador o professor João Felício Rodrigues Neto e co-orientação da professora Cristina Andrade Sampaio. Iniciado em 2017, o levantamento, feito por amostragem, está na fase de coleta de dados e de visitas de campo. A previsão é que os trabalhos sejam concluídos em três anos.

MAPA

Dentre os objetivos está a produção de um mapeamento sobre a situação de saúde e de trabalho de comunidades rurais quilombolas do Norte de Minas. O levantamento possui diferentes vertentes de avaliação das condições de homens e mulheres.

Quilombolas Nortedeminas

Conforme explica Pâmela Durães, nas visitas às áreas quilombolas são aplicados questionários e verificados diversos aspectos das condições de saúde dos moradores. No caso dos homens, informa, “são avaliadas as condições de saúde” como a prevenção ao câncer de próstata, alcoolismo e avaliação das condições de trabalho.

Em relação às mulheres, são realizadas entrevistas e avaliações das condições de saúde e acesso aos exames para a prevenção do câncer de mama (mamografia), pré-natal e assistência ao parto, incluindo a atuação de parteiras.

Durante as visitas aos antigos quilombos, os pesquisadores levantam as doenças crônicas (homens e mulheres) e a saúde bucal dos idosos. Ele realizam ainda outras atividades como avaliação do acesso às campanhas de vacinação, triagem de pressão, exames de glicemia e medição do peso. Na amostra, são apuradas informações de 1544 pessoas acompanhadas durante o levantamento (50% para cada sexo).

SUBSÍDIO PARA POLITICAS PÚBLICAS

A doutoranda em Ciências da Saúde pela Unimontes explica que, além da produção de artigos científicos, o estudo resultará em diagnóstico, que ajudará a subsidiar políticas públicas em Minas e no País. “Os resultados da pesquisa serão repassados para prefeituras e órgãos dos governos Estadual e Federal para contribuir na implementação de políticas públicas voltadas para a melhoria das condições de saúde dos quilombolas do Norte de Minas”, assegura a pesquisadora da Unimontes.

“Os resultados da pesquisa serão relevantes para os órgãos e atores dos diversos níveis de decisão (serviços de saúde, comunidades, municípios, Estado e Federação), de modo a permitir a utilização das informações e do conhecimento produzido nas atividades de planejamento, definição de prioridades, alocação de recursos, avaliação dos programas implementados, ações extensionistas de educação em saúde entre outras”, afirma.

ONDE ESTÃO AS COMUNIDADES QUILOMBOLAS

As mais de 30 comunidades avaliadas na pesquisa “Situação de saúde e trabalho de famílias quilombolas rurais” estão localizadas nos seguintes municípios: Bocaiúva, Coração de Jesus, Francisco Sá, Indaiabira, Jaíba, Janaúba, Januária, Luislândia, Manga, Monte Azul, Montes Claros, Pai Pedro, Porteirinha, São Francisco, São João da Ponte, Serranópolis e Ubaí.

Fonte: Assessoria de Comunicação da Unimontes