A juíza Luzia Divina de Paula Peixôto, da 32ª Zona Eleitoral de Belo Horizonte, aceitou a denúncia do Ministério Público Eleitoral (MPE) e o ex-governador Fernando Pimentel (PT) se torna réu por tráfico de influência e lavagem de dinheiro.
A suspeita é de que as vantagens tenham sido usadas para financiar a campanha do petista para o governo de Minas, nas eleições de 2014. Ele teria usado sua influência como ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior durante o governo de Dilma Rousseff (PT). Pimentel teria facilitado outorga para construção de aeroporto na região metropolitana de São Paulo.
Segundo a denúncia, Pimentel é suspeito de “solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da função”, informa.
Consta na denúncia, que foram feitas várias transferências de dinheiro por diferentes empresas do grupo JHSF, de José Auriemo Neto, que fez delação premiada, como doação à campanha eleitoral. Entre elas, a denúncia aponta as quantias de R$351.250, R$302.500 e R$351.250 à Vox Opinião, para atender as despesas da campanha eleitoral de Pimentel ao governo de Minas.
Além de Pimentel, outras quatro pessoas são acusadas de estarem envolvidas no esquema, entre eles Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, que teria sido encarregado de receber R$ 200 mil por Pimentel.
“Por todo o exposto na peça de ingresso há a certeza da materialidade e da presença de indícios de autoria.
Sem dúvida, sob pena, inclusive, de pré-julgamento, não há, por ora, de se adentrar na discussão a respeito da intenção dos autores quando praticaram as condutas narradas na acusação, ou seja, se desejavam, ou não praticar o crime de falsidade ideológica ou de tráfico de influência”, aponta a juíza.
De acordo com o advogado de Pimentel, Eugênio Pacelli, a defesa só vai se pronunciar no processo.
Fonte: Estado de Minas