Autoridades mineiras dispararam, nessa sexta-feira (22), as sirenes e elevaram o risco de rompimento da Barragem Sul Superior na Mina de Gongo Soco, em Barão de Cocais, para o nível 3, o último previsto pela mineração antes do vazamento. A informação foi confirmada pelo Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG), que entrou em contato com socorristas da Vale para checar a situação do local.
De acordo com a mineradora, após vistoria técnica, um auditor independente informou que a estrutura está em condição crítica de estabilidade, com possibilidade de liquefação.
“Essa medida preventiva faz-se necessária tendo em vista o fato de o auditor independente ter informado a condição crítica de estabilidade da barragem. Com o nível 3, foi acionada a sirene de alerta que cobre a Zona de Autossalvamento (ZAS), já que a evacuação da área próxima à barragem foi realizada em 8 de fevereiro”, destacou a Vale.
Segundo a Coordenadoria de Defesa Civil de Minas Gerais (Cedec), a previsão é de que, no domingo ou na segunda-feira, seja feito um treinamento de resgate em uma área secundária que está fora da Zona de Autossalvemento (ZAS). Em caso de rompimento da barragem, demoraria cerca de 1 hora e 12 minutos para os rejeitos atingirem a comunidade. Na região, vivem aproximadamente 3 mil pessoas.
Ainda segundo a coordenadoria, as sirenes foram acionadas por volta das 21h30 após uma reunião entre autoridades de vários órgãos. Segundo documento oficial da Cedec, esse nível “caracteriza-se por uma situação de ruptura iminente ou que está ocorrendo”.
As comunidades próximas à barragem foram evacuadas do local em 8 de fevereiro. No total, 452 pessoas saíram às pressas de suas casas naquela ocasião, durante a madrugada de uma sexta-feira, após o acionamento dos sinais sonoros de emergência. As medidas, segundo a Vale, faziam parte do Plano de Ação de Emergência de Barragens de Mineração (PAEBM).
A barragem sul superior é uma das 10 barragens de alteamento a montante inativas remanescentes da Vale. A estrutura está incluída no programa de descomissionamento anunciado pela mineradora. O alteamento é o mesmo utilizado nas barragens de Mariana e Brumadinho, que se romperam em 2015 e em janeiro deste ano, respectivamente.
Bloqueio
Em 1º de março, a Justiça mineira bloqueou R$ 50 milhões da Vale como forma de garantir o ressarcimento por possíveis prejuízos causados pela evacuação de moradores de Barão de Cocais. A medida foi tomada depois que uma consultoria avaliou que a barragem Sul Superior da Mina Gongo Soco tinha risco de se romper.
A ação é de autoria do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e da Defensoria Pública. No entanto, na ocasião, os órgãos solicitaram o bloqueio de R$ 1 bilhão, o que foi diminuído pela Justiça. O valor acatado corresponde a 5% do solicitado.
Com Informações do Estado de Minas.