Como prometido em campanha, o Governo do Presidente Bolsonaro já articula para enviar ao congresso o novo texto da reforma da previdência. Os mercados estão respondendo positivamente aos movimentos do governo, Ibovespa ultrapassando os 94 mil pontos, dólar na casa dos R$ 3,70 são demonstrações claras de euforia do mercado. Mas para fazer jus a todo otimismo e confiança depositados, a equipe econômica tem que superar alguns desafios, sendo o principal deles a tão debatida reforma da previdência.
Atualmente nosso modelo de previdência é o de Repartição, onde os indivíduos que estão no mercado de trabalho, são responsáveis pelos rendimentos dos que saem. A questão é que devido a uma série de fatores, o valor da contribuição destes indivíduos que se mantem ativos no mercado, não é suficiente para arcar com os custos dos trabalhadores que passam a receber as aposentadorias.
Para se ter ideia do tamanho do problema, em 2018 o governo teve que aportar R$ 292 bilhões na previdência, o que corresponde a doze vezes o valor gasto com programa Bolsa Família. E para este ano o rombo previsto é de R$ 308 bilhões. Cada dia que continuarmos com as regras atuais da previdência, o povo brasileiro perderá cerca de R$ 740 milhões que poderiam ser revertidos em serviços e investimentos para a população.
A proposta feita pelo Ministro da Economia, Paulo Guedes, está baseada no regime de capitalização. Nesta modalidade os trabalhadores da ativa fazem contribuições e depósitos em contas individuais para sua própria aposentadoria, desta forma o trabalhador é responsável por provisionar os aportes ficando seguro das instabilidades e decisões do governo.
Tenho visto que circulam em redes sociais cálculos que “provam” a ineficiência do sistema. Fique atento! Grande parte dessas postagens possui cunho político e as contas apresentadas não consideram o rendimento com juros compostos. Na minha visão o grande desafio não é o sistema de capitalização em si, mas sim a transição dos sistemas.
A questão não é se será feita uma reforma ou qual reforma, mas sim, quando a faremos. Fingir que não existe déficit é negar o óbvio, com consequências incalculáveis para o futuro do país.