A economia do país ensaia retomar o crescimento e as empresas se munem de estratégias para alavancar as vendas neste último bimestre de 2018. Nesse cenário, as negociações baseadas em permutas ganham destaque, já que para esta modalidade não é necessário mexer no fluxo de caixa da companhia. Presente em Montes Claros, o Clube de Permuta é uma plataforma que realiza trocas multilaterais de produtos e serviços entre as empresas associadas, sejam elas de grande ou pequeno porte.
A ideia do negócio nasceu de Leonardo Bortoletto em 2012, na capital de Minas Gerais e, atualmente, está presente em mais de 20 cidades do país. Desde então, já movimentou mais de R$100 milhões em negociações e conta com cerca de 800 associados.
Como cidade polo do norte de Minas, Montes Claros foi a segunda cidade do Brasil a contar com a plataforma e se destaca entre as franquias com um alto volume de negociações. Lançada em julho de 2015, conta com 130 empresas associadas. Construção civil e loteamentos é o segmento carro chefe no volume de negociações entre as empresas que integram o Clube de Permuta no norte de Minas, com 23% do total. Seguido por empresas de insumos de construção (18%), supermercado (14%), concessionárias de veículos (10%), casa e decoração e restaurantes e bares (7%).
“Nosso Clube de Permuta em Montes Claros registra crédito na ordem de R$ 22 milhões. Em apenas três anos, já fomentamos mais de R$ 17 milhões em transações, com possibilidade de batermos a casa dos 20 milhões até o fim do ano”, comemora Paulo César Santiago Filho, sócio-diretor da franquia.
Além do acesso à plataforma, reuniões e eventos são agendados periodicamente para o contato personalizado entre os representantes das empresas associadas. Nesses encontros mensais, cada participante tem a chance de mostrar o diferencial de seus produtos e conhecer outros serviços que possam ser interessantes para seu negócio.
“Desta forma, o up grade no relacionamento profissional gera negociações para um rol de clientes em potencial. Assim, ajudamos a levar a solução para aquela empresa que tem a necessidade de adquirir algum bem, mas não deseja utilizar de seu capital de giro no momento. Pelo menos 15% dos custos das empresas são reduzidos com a aquisição de bens e serviços através da permuta. Este recurso pode ser usado para reinvestir no negócio ou para despesas com a folha, por exemplo”, explica Santiago.
Para confirmar o caráter inovador da plataforma, recentemente uma entidade filantrópica passou a fazer parte dos associados de Montes Claros. A unidade do Sistema Divina Providência, que atua na capacitação gratuita de jovens sob risco social, está apta a receber doações dos demais membros, possibilitando às empresas que utilizem também seus créditos para transformar a vida de outras pessoas.
“Temos networking, credibilidade, seleção dos associados, garantia das transações e agora estendemos aos participantes a chance de utilizarem seus créditos para a responsabilidade social”, explica o gerente comercial, Antônio Fernandes Maciel Neto.
Empresas selecionadas
Para entrar no Clube de Permuta, é necessário ser convidado por algum associado ou por um diretor. Após passar por uma análise, a empresa recebe um limite de crédito em ‘permutz’, a moeda virtual utilizada para as negociações dentro da plataforma.
“Nessa modalidade de negociação, a empresa A pode vender feijão para a B e, com o crédito em permutz que receberá, poderá adquirir um automóvel da companhia C, que também é associada. Cada permutz equivale a um real”, explica Bortoletto.
Atualmente, além da primeira unidade em Belo Horizonte (MG), as cidades de Piracicaba (SP), Montes Claros (MG), Vitória (ES), Juiz de Fora (MG), Araxá (MG), Brasília (DF), Sete Lagoas (MG), Uberlândia (MG), Curitiba (PR), Jundiaí (SP), Franca (SP), Passos (MG), Salvador (BA) e Natal (RN) contam com franquias do Clube de Permuta. As unidades de Campinas (SP) e Petrópolis (RJ) serão inauguradas em janeiro.
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