Vice-governador de Minas é preso pela PF em operação de desdobramento da Lava Jato

Divulgação da Internet

O vice-governador de Minas Gerais Antonio Andrade (MDB) foi preso pela Polícia Federal na manhã desta sexta-feira (9), durante a Operação Capitu que é um desdobramento da Lava Jato. Ele estaria envolvido em um esquema de corrupção na época em que era ministro da Agricultura do governo Dilma Rousseff (PT). Outros deputados estaduais de Minas seriam alvo da ação. Agentes da PF e fiscais da Receita Federal estão na Assembleia Legislativa de Minas e em outros endereços do estado nesta manhã.

Antonio Andrade estava na fazenda dele, em Vazante, na Região Noroeste de Minas. Outro preso no estado é o deputado estadual João Magalhães (MDB), que na época das investigações era deputado federal.

Os agentes cumprem mais de 60 mandados de busca e apreensão, sendo 26 em Minas (Belo Horizonte, Contagem, Nova Lima, Uberaba). Os outros são em São Paulo, Rio de Janeiro, Paraíba e Mato Grosso. Os executivos da JBS Joesley Batista e Demilton de Castro também foram presos

A ação tem como objetivo combater uma suposta fraude envolvendo doações irregulares por parte de empresa de processamento de proteína animal para diversos políticos e partidos. Duas grandes redes varejistas do estado de Minas, por meio de seus controladores e diretores, participaram diretamente desse esquema. Suspeita-se que esta rede, devido ao grande movimento de dinheiro em espécie, utilizou-se deste fluxo para dar ar de licitude a valores doados a partidos e políticos, no período de agosto de 2014 a fevereiro de 2015.

Com o desenrolar das investigações foi descoberto ainda um esquema de pagamento de vantagens indevidas a altos dirigentes do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) por parte da grande empresa do ramo alimentício, com a produção de legislação e atos normativos que beneficiavam a essa grande empresa.

As irregularidades podem configurar diversos crimes, entre eles, constituição e participação em organização criminosa, obstrução de justiça, falsificação de documentos, crime contra a ordem tributária, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro. As propinas pagas aos agentes públicos e políticos estão estimadas em mais de R$ 22 milhões. A operacionalização do esquema envolveu agentes públicos, políticos e partidos políticos, além de uma grande empresa do setor alimentício de processamento de carnes, duas grandes redes de supermercados de Minas Gerais e escritórios de advocacia.