Chegamos ao final do processo eleitoral, que na minha opinião foi o mais inovador desde a redemocratização. O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL) quebrou paradigmas, iniciou uma nova era na forma de fazer campanha. Os profissionais da área terão que rever os conceitos e estratégias daqui em diante. Ao contrário do que prega a oposição, tenho o sentimento que Bolsonaro irá seguir a constituição e trabalhar para unificar o país. Em seu primeiro discurso como presidente eleito, reiterou estes compromissos e também a pauta econômica, com um norte reformista e liberal. Era tudo que o mercado queria ouvir.
Segunda-feira pós eleição houve a esperada euforia do mercado, dólar em queda e Bolsa subindo, confirmando as apostas do setor financeiro na previsibilidade e reformas de Bolsonaro. O que esperar do novo presidente, no campo econômico, acredito que já fora exaustivamente debatido. Principalmente porque nunca escondeu que seguirá as orientações do seu conselheiro e provável Ministro da Fazenda, Paulo Guedes. Que apesar de não ter experiência no setor público, é bastante respeitado e tem uma pauta muito convergente com as necessidades atuais.
Penso que a discussão deve seguir para o qual Brasil Bolsonaro irá encontrar. Bolsonaro herdará uma economia que sustenta um crescimento de oito trimestres. Verdade que a taxas bem baixas, mas demonstra uma recuperação sustentável e contínua. No campo do emprego os números também são favoráveis, o CAGED mostra a retomada da criação de empregos formais, sendo que em setembro quase 140 mil novos postos foram criados. O índice de confiança também é crescente tanto dos consumidores quanto das empresas, que aliado a inflação sobre controle cria um ambiente favorável ao desenvolvimento gerando um ciclo virtuoso econômico.
Existe um ponto crucial, que depende exclusivamente do governo para que todos estes índices concretizem um crescimento econômico: Ajuste das contas públicas. O déficit fiscal deve ser pauta deste governo, em especial a reforma da previdência, que ao que parece, será votada ainda este ano. Não é opcional um sério ajuste nos gastos do governo, protelar as reformas a farão ser mais radicais num futuro próximo. Nosso crescimento pode ser muito maior que as expectativas, isso já ocorreu meados de 2004 em um cenário conjuntural parecido (guardando as devidas proporções) e acredito que tem tudo para acontecer de novo.