Paraguai se movimenta para reduzir contrabando de cigarros na América Latina

Uma medida em estudo no parlamento Paraguaio pode contribuir para a redução do contrabando de cigarros na América Latina e, em especial no Brasil. Atualmente o Paraguai é o principal pólo distribuidor de produtos ilegais da região, e o carro chefe da ilegalidade é o cigarro.

Deputados paraguaios devem apresentar em breve projeto de lei que aumentará o imposto sobre o produto para até 40%. Atualmente, os fabricantes paraguaios de cigarros pagam cerca de 18% em tributos, a menor taxa de toda a América Latina, contra uma média de 71% no Brasil, o que reforça o contrabando segundo especialistas.

Na região, cerca de 400 maços de cigarros foram apreendidos pela Polícia Militar de Meio Ambiente em Montes Claros no mês de janeiro. De acordo com a PM na época, os maços foram encontrados em uma casa no Residencial Monte Sião após denúncia anônima.Para Edson Vismona, presidente do Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (ETCO), as recentes notícias são bons presságios para a redução da ilegalidade que tomou conta do país em anos recentes.

“Em 2017, 44% dos cigarros vendidos no Brasil foram contrabandeados do Paraguai, o que gerou uma perda de arrecadação de quase R$ 10 bilhões aos cofres públicos, dinheiro que acaba financiando a escalada na violência. Com os movimentos recentes do país vizinho, pela primeira vez em muitos anos o Brasil pode ter esperança de começar a reverter esse quadro, o que será muito benéfico para ambos os países” afirma.

Mas Vismona lembra que o Brasil também precisa continuar a fazer sua parte: “o governo federal tem avançado na estruturação de ações de combate ao crime organizado, diretamente ligado ao contrabando, esforço que deve ser intensificado. Temos que diminuir o espaço de atuação das organizações criminosas com inteligência e integração.”

Em 2017 onze paraguaios foram presos em fábrica clandestina de falsificação de cigarros no Norte de Minas