No ano de 2017 mulheres vítimas de violência sexual, que receberam atendimento no Hospital Universitário Clemente de Faria, da Unimontes, se uniram para formar um grupo de apoio, com o objetivo de compartilhar experiências e sentimentos vivenciados em decorrência do sofrimento pessoal.
O projeto foi denominado Afeto em alusão ao conteúdo dos encontros e dos diálogos estabelecidos durante as reuniões. O conteúdo das reuniões é conduzido de forma sigilosa.
A socióloga da Maternidade Maria Barbosa do HUCF, Thereza Raquel Corrêa, explica que os encontros contam com a presença de uma psicóloga para mediar os assuntos e acolher as demandas.
“O intuito é oferecer às vítimas de violência sexual uma oportunidade de resignificar essa situação vivida, compartilhando, caso queiram, alguns de seus medos, angústias, tristezas, alegrias e vitórias. Isso porque, segundo elas, depois que se passa por uma violência, vive-se um dia por vez”, esclarece.
As mulheres que desejam participar das reuniões do grupo Afeto devem fazer contato prévio pelo telefone da Coordenação da Maternidade (38) 3224-8315.
Estatísticas
No período de primeiro de janeiro deste ano a 31 de julho último, foram realizados 98 atendimentos. Em 2017, foram 185 casos, e em 2016, 167 vítimas receberam assistência.
As estatísticas revelam, ainda, que maioria dos pacientes que chega ao serviço é composta por mulheres agredidas por homens, com idades entre 0 e 12 anos, a maior parte delas oriunda de Montes Claros.
Referência
O Hospital Universitário Clemente de Faria, por meio da Maternidade Maria Barbosa, é referência na região para o atendimento dos casos de violência sexual há 15 anos.
O atendimento é realizado no Ambulatório de Violência da Maternidade, no qual as vítimas são acolhidas, recebem atendimento clínico especializado, atenção psicológica, além de serem encaminhadas para outros serviços referenciados no município. A assistência é prestada por equipe multidisciplinar, formada por médico, psicólogo, assistente social, enfermeiro, técnico de enfermagem e socióloga. Funciona 24 horas, durante os sete dias da semana, de forma sigilosa, em respeito à privacidade e integridade dos pacientes.