Meteorologia aliada do homem do campo

Em busca de solo fértil, mas também de olho na meteorologia, é assim que vivem os produtores rurais, que utilizam esse meio para ajudar nas tomadas de decisões sobre como devem proceder no plantio, que necessita de uma análise mais profunda, já que a região do Norte de Minas possui característica de mata seca, que impacta diretamente nos resultados.

No Inverno, as plantas fazem o que os especialistas chamam de hibernar, que é quando ela entra em estado vegetativo por causa do frio e por falta de clorofila algumas não fazem a fotossíntese, pois assim evitam o consumo de energia para as outras estações.

Indo na contra mão de outras épocas, a meteorologia diz que esse inverno não será tão frio como o esperado, em razão do outono ter registrado baixas temperaturas.

Segundo o Doutor e professor em Meteorologia, Ruibran dos Reis, o fenômeno El Nino, começa ganhar intensidade, isso significa que com a atuação dele as temperaturas tendem a ser mais elevadas em todo estado de Minas Gerais. Os meteorologistas esperam um mês de julho mais seco e com muito sol e calor, com condições favoráveis a foco de incêndio, o que deve ter uma atenção mais redobrada, porém durante os primeiros dias do mês o frio durante a madrugada poderá intensificar e a sensação térmica tende a ser sentida com mais intensidade.

De acordo com Ruibram, o inverno inverteu as funções com o outono este ano, já que  a estação de transição entre duas antagônicas foi mais frio do que será o inverno.

“No mês de agosto devido à passagem de frentes frias, estamos prevendo algumas pancadas de chuvas, porém ela chega fraca, assim como deve ser em setembro que terá muito calor, havendo possibilidades de chuva forte apenas em novembro, na qual a previsão é que caia na região Norte de Minas um volume bem significativo e a expectativa é que fique de 30 a 40% acima da média”, afirma Ruibran dos Reis.

Em janeiro é que as chuvas serão mais propicias, desarticulando a ideia de que os meses chuvosos são agosto, setembro e outubro.

O produtor rural deve sempre ficar de olho no clima, pois ele impacta diretamente suas produções e deve ter cuidado com as pastagens, realizar o manejo do gado, investir no solo, fazer correções e adubações necessárias, para que a planta possa ter um bom crescimento de raízes e nutrição adequada, já que a previsão é de estiagem, e assim ele consegue otimizar os custos.

“A partir das previsões da meteorologia, sugere-se que o plantio não comece muito cedo, e a orientação é deixar para começar em meados da segunda quinzena de outubro, para que a planta já pegue o novembro chuvoso, e desta forma não fique castigada, pois janeiro as proporções de queda d’água estão previstas em abundancia. Então, quem plantar milho, feijão, soja entre outros a partir desse período terá a possibilidade de fazer grandes colheitas”, destaca o meteorologista.

Um fator importante e aliado ao homem do campo, é a tecnologia, pois através dela o agricultor realiza qualquer atividade sem ter um conhecimento das condições meteorológicas.

“Para nós produtores é importante ficarmos atentos quanto a isso, uma vez que as perdas são constantes e a possibilidade de ter uma ferramenta de apoio a nossa disposição, mesmo não sendo uma ciência exata, ajuda muito na tomada de decisões”, descreve o o Engenheiro Agrônomo e Diretor da Sociedade Rural, Arnaldo Oliveira.