Os impactos são alarmantes. Após a falta de gasolina e demais combustíveis, os hortfrutis têm começado a sentir os efeitos da greve dos caminhoneiros. Em Janaúba, uma das maiores produtoras de banana, o prejuízo é grande.
“Toda semana sai caminhão, carregado apenas de bananas, 500 veículos com capacidade de 12 mil quilos, isso seis milhões de quilos de banana por semana. Em um preço médio, que hoje está de R$1,50 o quilo, dá R$ 9 milhões de prejuízo para o Norte de Minas, de produtos que não estão sendo vendidos”, relata o presidente da Abanorte, Saulo Lage.
Ainda de acordo com Saulo, o prejuízo pode ser ainda maior se for levado em conta outras frutas e verduras que não estão sendo vendidas e vão perder.
Em Montes Claros, algumas verduras tiveram um aumento de preço, de cerca de 20%.
“Alguns produtos de fora não chegaram, então nós começamos a sentir esse impacto desde o começo da semana. Houve um aumento de 20% nos preços de 12 produtos. O principal foi a batata inglesa, que de R$ 70 foi para R$ 120”, conta Flávio Reis, gerente do Ceanorte.
Os 12 produtos com aumento de preço foram: pepino, pimenta, quiabo, cenoura, cebola, beterraba, manga, tomate, batata, maçã, goiaba, maracujá.
“Se a greve continuar, a tendência é ter um impacto maior essa semana, porque a produção será só nossa. Mas, acredito que não será tão alarmante porque não chegará tantos produtos, mas também não terá muitos compradores. O abastecimento não será prejudicado porque vamos trabalhar com os produtos de Montes Claros”, explica Flávio.
A greve ainda não foi sentida nos proprietários de sacolão. Em um comércio, na Cula Mangabeira, o aumento dos preços não impactou e os produtos ainda não acabaram.
“Acredito que vamos começar a sentir os efeitos na segunda-feira, no começo da nova semana. Porque como o Ceanorte funciona na quarta, então fizemos a feira antes da greve dos caminhoneiros”, explica Hernane Lucas, administrador do sacolão ABC.