Os servidores dos Correios de Montes Claros aderiram à greve nacional por tempo indeterminado nesta segunda-feira (12). O horário de atendimento nas agências não foi alterado, mas houve a redução na escala de trabalhadores.
A paralisação é motivada, principalmente por mudanças no plano de saúde dos funcionários que envolvem a retirada de cobertura de pais, cônjuges e filhos e a cobrança de mensalidades. De acordo com os Correios, ainda não há uma estimativa de quantos servidores aderiram a greve na unidade de Montes Claros e em todo o país, já que os números serão calculados na manhã desta segunda-feira.
Em nota, a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect), questiona a extinção do cargo de Operador de Triagem e Transbordo (OTT) e afirma que 2.500 agências serão fechadas no país.
“A empresa também iniciou 2018 extinguindo o cargo de OTT, importante para o movimento do fluxo postal interno, visando a terceirização nos Correios. Já anunciou a redução da carga horária e os salários dos trabalhadores administrativos, como reflexo da reforma trabalhista. Para piorar a situação, a empresa também anunciou o fechamento de mais de 2500 agências próprias, por todo o Brasil”.
No dia 5 de fevereiro, deste ano, os Correios anunciaram que o valor do despacho postal sofreu reajustes e passou de R$ 12 para R$ 15. O despacho postal é o valor pago pelos importadores em razão da prestação dos serviços de suporte postal e apoio administrativo às atividades de tratamento aduaneiro (entrada e saída de mercadorias, em aeroportos e fronteiras).
Sobre o reajuste, a Fentect afirma que “a federação e toda a categoria concorda com a sociedade e discorda de aumentos abusivos nos valores. Por isso, os trabalhadores apoiam o direito da população ao cobrar que não haja excessos nas contas a serem pagas. Já em relação ao argumento da ECT para esse reajuste, a respeito da segurança dos trabalhadores, a FENTECT esclarece que não há nenhum benefício pago ao trabalhador por esse motivo, bem como nenhum adicional”.
O início da greve coincide com o julgamento sobre o plano de saúde dos trabalhadores no Tribunal Superior do Trabalho (TST), referente à última negociação salarial.
Segundo a Fentect, a mobilização nacional da categoria foi aprovada em assembleias dos sindicatos. Entre outras reivindicações, os trabalhadores são contra as alterações no Plano de Cargos, Carreiras e Salários; a terceirização na área de tratamento; a privatização da estatal; a suspensão das férias dos trabalhadores; a extinção do diferencial de mercado e a redução do salário da área administrativa.