Calor, umidade e locais sujos. Estas são as principais condições para a aparição e proliferação dos escorpiões, que é considerado um problema de saúde pública pelo biólogo, Eric Bórem.
“Quando encontramos um escorpião em casa, que é um problema de saúde pública, automaticamente tem que chamar o centro de controle zoonoses e ligar na secretaria de saúde e informar que encontrou um animal peçonhento em casa, porque o escorpião não é um inseto, apesar de o controle ser com inseticida”, explica Eric.
O médico-veterinário, Henrique Moreira Souza, mora em um condomínio e encontrou um escorpião amarelo em casa, nesta quarta-feira (10).
“Eram 21 horas e encontrei no corredor entre os quartos. Mas, como trabalho em fazendas e tenho uma caixa de material que fica no chão da fazenda, como bolsa de botas, que eu trago para apartamento quando viajo, não posso afirmar com certeza se veio do condomínio ou da fazenda”, relata.
Segundo o biólogo Eric, é comum que o animal suba pelas paredes do esgoto.
“O escorpião pode subir pelas paredes do esgoto, sair pelo ralo da pia, do chuveiro, do vaso ou pode ser transportado através de caixas de papelão que levamos para casa. Tem que olhar sempre toalhas, roupas, sapatos e forros de cama”, aconselha.
Em Montes Claros e região, a espécie mais comum é o escorpião amarelo, o que é mais perigoso.
“Quando esquenta muito eles desalojam mais e entram em casa em busca de alimentos, como baratas ou grilos. Então, em uma casa com muito entulho, sujeira ou que não faça dedetização com frequência, é mais comum encontrar escorpiões”, afirma.
Entre os meses de agosto e março são os meses que têm maior incidência do animal.
“De agosto a março o movimento é maior porque no inverno eles ficam proliferando e no calor, que é em setembro e outubro, eles aparecem mais”, esclarece.
O ideal é que a dedetização seja realizada de três em três meses ou, pelo menos, uma vez ao ano.
“O efeito residual do remédio dura três meses porque no ambiente urbano não pode usar agrotóxico, então o efeito residual é de até três meses”, explica.
Na casa do representante comercial, Edinaldo Soares Miranda, a aparição é frequente e é encontrado mais no banheiro.
“Aqui na minha casa a gente sempre encontra, seja adulto ou filhote e isso acontece por causa da limpeza dos lotes vagos que têm aqui próximo. O problema que é frequente durante todo o ano, piora com as chuvas. Minha até já foi picada por um escorpião. Eu já cheguei a colecionar, de tanto que aparecia”, conta.
A dica é manter a casa sempre limpa, ensinar as crianças a ficarem longe e se proteger.
“É aconselhável que deixe a casa sempre limpa, colocar telas de proteção nos ralos, olhar se a caixa de gordura está bem vedada, conversar com as crianças sobre o perigo de mexer com o escorpião, não deixar o forro da cama arrastando no chão e olhar roupas e toalhas”, indica Eric.
Dados Hospital Universitário
O Hospital Universitário é referência no atendimento a pacientes de animais peçonhentos em Montes Claros.
Dados apontam que nos dois primeiros meses de 2018, houve um aumento de 155 casos.
Em Janeiro deste ano foram registrados 193 casos, em 2017 foram 122. Já Fevereiro tiveram 196 registros e em 2017, 112. Em 2017, uma criança morreu vítima de picada de escorpião.