Coletiva revela que suspeito de feminicídio em Bocaiuva alegava ‘ordens do demônio’ para matar a vítima

Ainda conforme a Polícia Civil, o autor possuía extensa ficha criminal, com registros de roubo, tráfico de drogas e extorsão, e havia deixado recentemente o sistema prisional. O relacionamento entre ele e Lidiane durava cerca de cinco anos, marcado por violência e controle, mas nunca havia sido oficializado ou denunciado formalmente pela vítima.
Foto: Lidiane de Oliveira Souza / Redes Sociais

Na manhã desta sexta-feira (5), a Polícia Civil realizou coletiva de imprensa em Montes Claros para apresentar detalhes sobre o feminicídio de Lidiane de Oliveira Souza, de 27 anos, ocorrido em 20 de agosto, de 2025, em Bocaiuva, no Norte de Minas. Participaram da entrevista os delegados Bruno Rezende e Theles Bustorff, que atuam nas investigações.

Foto: Maria Clara Brito / Webterra

Segundo a Polícia Civil, o autor, de 45 anos, natural de Montes Claros, não aceitava o fim do relacionamento com a vítima e mantinha histórico de agressões, perseguição e ameaças. Em áudios divulgados durante as investigações, ele afirmava estar “recebendo ordens do demônio para derramar sangue” dela ou de familiares, mensagens que circularam nas redes sociais após o crime.

As apurações indicam que, na véspera do crime, Lidiane estava em Bocaiuva e teria se encontrado com um homem. O suspeito, ao descobrir a situação, passou a enviar mensagens de ameaça e conseguiu localizar a vítima. Por medo, já que era mãe de três filhos, ela acabou revelando sua localização.


O autor viajou até a cidade acompanhado de um conhecido, induzido sob a falsa promessa de um emprego na região. De acordo com a polícia, esse homem não participou da execução do crime. Ao chegar, o suspeito encontrou a vítima com outra pessoa armada, chegando a discutir com o rapaz antes de levar Lidiane para uma propriedade rural.

No local, ele arrastou a jovem pelos cabelos e atirou contra sua cabeça. O acompanhante, ao presenciar a cena, convenceu o autor a socorrer a vítima. Foi ele quem carregou Lidiane nos braços até o Hospital Municipal de Bocaiuva, relatando que ela havia se ferido em uma briga. A ação foi registrada por câmeras de segurança.

Inicialmente internada em estado gravíssimo, Lidiane foi transferida para a Santa Casa de Montes Claros, onde permaneceu entubada, mas não resistiu aos ferimentos, tendo a morte confirmada no dia 21 de agosto.

Foto: Maria Clara Brito / Webterra

Ainda conforme a Polícia Civil, o autor possuía extensa ficha criminal, com registros de roubo, tráfico de drogas e extorsão, e havia deixado recentemente o sistema prisional. O relacionamento entre ele e Lidiane durava cerca de cinco anos, marcado por violência e controle, mas nunca havia sido oficializado ou denunciado formalmente pela vítima.

Ele foi preso em flagrante e responderá por feminicídio majorado.

Leila Santos é jornalista graduada pela Funorte, com sólida experiência em comunicação. Atuou como editora-chefe e possui passagens por emissoras de TV, assessorias de imprensa, agências de publicidade e veículos digitais. Atualmente, integra o Portal Webterra, onde alia técnica, ética e compromisso à produção de conteúdos jornalísticos de qualidade. Leitora dedicada e engajada em causas sociais, conduz seu trabalho com sensibilidade, responsabilidade e credibilidade.