Dados da Pnad Contínua de 2024, divulgados pelo IBGE em agosto de 2025, mostram que o Brasil contava com aproximadamente 77 milhões de domicílios no ano passado. Deste total, 29,5% ainda não tinham acesso à rede pública de esgoto — o que equivale a quase três em cada dez residências do país.
Avanços recentes
Em 2019, apenas 68% das moradias estavam ligadas à rede coletora ou a fossas sépticas conectadas ao sistema. Em 2024, esse percentual subiu para 70,4%, representando uma pequena melhora, mas ainda longe de atender toda a população.
Diferenças entre regiões
O acesso ao saneamento básico é bastante desigual no Brasil:
• Sudeste: 90,2% dos domicílios atendidos;
• Sul: 70,2%;
• Centro-Oeste: 63,8%;
• Nordeste: 51,1%;
• Norte: apenas 31,2%, a pior situação do país.
Nas regiões Norte e Nordeste, muitos moradores ainda dependem de soluções improvisadas, como fossas rudimentares, valas ou despejo direto em rios e córregos. No Norte, mais de um terço das casas (36,4%) utiliza esse tipo de escoamento.
Entre os estados, São Paulo (94,1%), Distrito Federal (91,1%) e Rio de Janeiro (89,2%) estão entre os melhores índices. Já os piores números foram registrados no Piauí (13,5%), Amapá (17,8%), Rondônia (18,1%) e Pará (19,3%).
Zona rural x Cidade
A disparidade entre áreas urbanas e rurais também chama atenção. Enquanto 78,1% das casas nas cidades têm ligação à rede de esgoto ou fossa séptica conectada, no meio rural esse índice cai para apenas 9,4%.
Abastecimento de água e tratamento de esgoto
A pesquisa ainda aponta que 86,3% dos lares do país utilizam a rede geral como principal fonte de abastecimento de água. Porém, a disponibilidade não é contínua em todas as regiões.
Outro dado preocupante é que somente 51,8% do esgoto gerado no Brasil passa por tratamento antes de retornar ao meio ambiente, segundo estudos complementares do setor.