Perigo silencioso: cuidado com escorpiões dentro de casa

Dados recentes apontam que, apenas em janeiro, 339 acidentes com animais peçonhentos foram registrados nos municípios da macrorregião de Montes Claros, sendo 199 apenas na cidade. Embora o verão seja historicamente o período de maior incidência, os escorpiões não deixam de circular em épocas mais frias — especialmente em locais onde encontram abrigo, alimento e condições favoráveis à sobrevivência.
Imagem: Internet

Apesar das temperaturas mais amenas típicas do inverno no Norte de Minas, os casos de acidentes com escorpiões continuam preocupando autoridades de saúde e moradores da região. O comportamento desses animais, altamente adaptados ao ambiente urbano, faz com que o risco de encontros indesejados dentro de casa persista ao longo de todo o ano.

Dados recentes apontam que, apenas em janeiro, 339 acidentes com animais peçonhentos foram registrados nos municípios da macrorregião de Montes Claros, sendo 199 apenas na cidade. Embora o verão seja historicamente o período de maior incidência, os escorpiões não deixam de circular em épocas mais frias — especialmente em locais onde encontram abrigo, alimento e condições favoráveis à sobrevivência.

O escorpião-amarelo, espécie predominante na região, é conhecido por sua alta resistência e capacidade de reprodução sem necessidade de acasalamento. Ele se esconde em esgotos, entulhos, frestas e terrenos baldios, sendo frequentemente encontrado em áreas residenciais. O ambiente urbano desorganizado, aliado ao descarte inadequado de lixo e à presença de baratas, contribui para sua proliferação.


Mesmo durante o inverno, os escorpiões mantêm hábitos noturnos e aproveitam o calor residual acumulado em estruturas urbanas, como muros e calçadas. Com isso, podem invadir residências em busca de abrigo mais estável, o que aumenta os riscos, principalmente em bairros mais populosos.

Cuidados devem ser mantidos o ano todo

Para evitar acidentes, a recomendação é manter terrenos e quintais limpos, sem entulho ou acúmulo de materiais. Também é importante vedar ralos e frestas, instalar telas em janelas e portas e manter o ambiente livre de baratas, principal fonte de alimento dos escorpiões.

Roupas, toalhas e calçados devem ser sempre verificados antes do uso, especialmente se estiverem guardados em locais úmidos ou com pouca circulação de ar.

Em caso de picada, o ideal é lavar o local com água e sabão e procurar imediatamente uma unidade de saúde. Crianças pequenas e pessoas com baixa imunidade precisam de atenção especial, já que podem apresentar reações mais severas ao veneno.

Risco constante em clima seco

Mesmo com o inverno mais suave da região, o clima seco e a urbanização acelerada tornam o Norte de Minas um ambiente propício à permanência dos escorpiões. A redução nas chuvas e a falta de controle de resíduos e pragas urbanas são fatores que mantêm os riscos elevados durante todo o ano.

Diante disso, a prevenção não deve ser sazonal. A vigilância ativa da população, aliada a ações de controle por parte do poder público, é essencial para evitar que o problema continue crescendo de forma silenciosa nas cidades da região.