Problemas de aprendizagem costumam ser vistos, à primeira vista, como uma questão de rendimento escolar ou falta de atenção aos estudos. No entanto, educadores e profissionais da saúde mental alertam: nem sempre a dificuldade de aprender está relacionada ao conteúdo em si. Em muitos casos, o obstáculo está na esfera emocional e psicológica do estudante.
Segundo psicólogos escolares, a dificuldade escolar pode ter diversas causas — desde transtornos de aprendizagem, como dislexia e TDAH, até questões emocionais mais profundas, como ansiedade, depressão, baixa autoestima ou dificuldades nos relacionamentos interpessoais. Em adolescentes, por exemplo, é comum que conflitos familiares, bullying ou insegurança afetem diretamente a concentração, a motivação e o rendimento acadêmico.
A psicóloga clínica Carla Mendes afirma que “o sofrimento emocional afeta funções cognitivas como memória, atenção e organização do pensamento, todas fundamentais para o aprendizado”. Por isso, a avaliação psicológica é essencial nos casos em que a dificuldade escolar persiste, mesmo com reforço pedagógico.
O acompanhamento psicológico pode ajudar o aluno a lidar com as emoções, desenvolver estratégias para enfrentar as dificuldades e resgatar a confiança em sua própria capacidade. Além disso, permite identificar se há algum transtorno específico que demande uma intervenção multidisciplinar, com apoio pedagógico, médico e familiar.
Para a escola, é fundamental compreender que o fracasso escolar não é, na maioria das vezes, uma questão de esforço ou desinteresse, mas sim o reflexo de algo que precisa ser acolhido e investigado. Quando escola, família e profissionais de saúde atuam em conjunto, aumentam significativamente as chances de reintegrar o aluno de forma saudável e produtiva ao processo de aprendizagem.
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