Família é resgatada de trabalho análogo à escravidão em fazenda de Januária

O trabalhador de 37 anos, a esposa de 34 e os dois filhos, de 6 e 9 anos, foram encontrados em condições precárias, sem acesso a água potável, banheiro ou estrutura mínima de higiene. De acordo com o MTE, o homem trabalhava na propriedade desde 2019, sob a promessa de que teria registro em carteira e de que a casa onde a família moraria seria reformada, o que nunca ocorreu.
Foto: MTE / Divulgação

 

Uma operação do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), com apoio da Polícia Militar, resultou no resgate de uma família que vivia em situação degradante em uma fazenda na zona rural de Januária, no Norte de Minas, nesta terça-feira (29).

O trabalhador de 37 anos, a esposa de 34 e os dois filhos, de 6 e 9 anos, foram encontrados em condições precárias, sem acesso a água potável, banheiro ou estrutura mínima de higiene. De acordo com o MTE, o homem trabalhava na propriedade desde 2019, sob a promessa de que teria registro em carteira e de que a casa onde a família moraria seria reformada, o que nunca ocorreu.


Durante a fiscalização, os agentes constataram que o trabalhador precisava caminhar sete quilômetros para buscar água, a família utilizava o mato como banheiro, onde havia vestígios de papel higiênico, e os banhos eram tomados atrás da residência, sobre um pedaço de plástico.

O empregador pagava uma diária de R$ 80, somando cerca de R$ 1.600 mensais, pelo serviço de plantio de mudas. O único equipamento de proteção individual encontrado foi uma bota de borracha.

A família foi acolhida por um parente e está sob acompanhamento da Secretaria de Assistência Social e do Conselho Tutelar. O empregador se comprometeu a pagar os direitos trabalhistas devidos. No entanto, o Ministério Público deverá ser acionado para garantir também o pagamento de danos coletivos. O nome do fazendeiro não foi divulgado.