O sistema de pagamentos instantâneos brasileiro, o Pix, criado pelo Banco Central em 2020, tornou-se um dos meios de pagamento mais populares do país. No entanto, sua ascensão também atraiu críticas e investigações internacionais, especialmente por parte dos Estados Unidos.
Competição com empresas americanas
Uma das principais razões para a atenção internacional sobre o Pix é sua natureza pública e gratuita para pessoas físicas. Isso representa uma concorrência direta para empresas privadas americanas, como Visa e Mastercard, que tradicionalmente dominam o setor de pagamentos digitais. O governo dos EUA argumenta que o Pix favorece empresas nacionais em detrimento de empresas estrangeiras, o que pode ser considerado uma prática comercial desleal.
Investigação do governo dos EUA
Em julho de 2025, o governo dos Estados Unidos iniciou uma investigação formal contra o Brasil, citando o Pix como um dos pontos de preocupação. A investigação foi aberta sob a Seção 301 da Lei de Comércio de 1974, que permite ao governo americano investigar práticas comerciais estrangeiras que possam prejudicar empresas dos EUA. O relatório da USTR (Escritório do Representante de Comércio dos EUA) afirma que o Brasil parece estar engajado em práticas que favorecem serviços de pagamento eletrônico desenvolvidos pelo governo, como o Pix, em detrimento de empresas americanas do setor.
Expansão internacional do Pix
Além das preocupações com a concorrência, o avanço do Pix para transações internacionais também chamou a atenção. O Brasil tem buscado expandir o uso do Pix para pagamentos transfronteiriços, o que poderia reduzir a dependência do dólar americano em transações internacionais. Essa iniciativa é vista por alguns como uma ameaça à hegemonia do dólar no comércio global, especialmente em um momento de crescente multipolaridade econômica.
Ou seja…
O Pix, enquanto ferramenta de inclusão financeira e inovação tecnológica no Brasil, também se tornou um ponto de discórdia no cenário internacional. As investigações em andamento refletem as complexas interações entre políticas internas de inovação e os interesses comerciais globais. O desfecho dessas investigações poderá influenciar não apenas o futuro do Pix, mas também as relações comerciais entre o Brasil e os Estados Unidos.