Polícia Federal investiga grupo por mineração clandestina com prejuízo milionário em área ambiental no Norte de Minas

A ação contou com o cumprimento de 10 mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça Federal, abrangendo endereços nos municípios mineiros de Divinópolis, Grão Mogol, Congonhas e Contagem, além de uma residência em Arari, no Maranhão.
Fotos: Polícia Federal / Divulgação

A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (2) a Operação Cancela de Ferro, com o objetivo de combater uma suposta associação criminosa envolvida na extração irregular de minério de ferro na zona rural de Grão Mogol, no Norte de Minas Gerais. A ação contou com o cumprimento de 10 mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça Federal, abrangendo endereços nos municípios mineiros de Divinópolis, Grão Mogol, Congonhas e Contagem, além de uma residência em Arari, no Maranhão.

As ordens judiciais foram cumpridas em imóveis residenciais e comerciais ligados aos investigados, suspeitos de integrar e dar suporte à logística da atividade mineradora clandestina. Durante a operação, a PF apreendeu celulares, computadores, mídias digitais, cheques, documentos fiscais e contábeis. Também foram localizados veículos e máquinas supostamente utilizados na extração e transporte do minério.

Segundo informações da Delegacia da Polícia Federal em Montes Claros (MG), que conduz as investigações, o grupo estaria atuando em uma área de preservação ambiental sem as devidas autorizações legais. Um laudo pericial da corporação indica que, entre abril e outubro de 2023, foram extraídos aproximadamente 6.032 metros cúbicos de minério de ferro, volume equivalente a cerca de 19 mil toneladas. O impacto ambiental foi estimado em mais de R$ 1,9 milhão, valor semelhante ao atribuído ao minério retirado do local.


Além dos crimes ambientais e de usurpação de bens da União, as autoridades também apuram possíveis práticas de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro. Uma das empresas investigadas, com sede em Divinópolis (MG) e ligada a um dos principais alvos da operação, registrou movimentações financeiras consideradas atípicas, somando quase R$ 12 milhões em outubro de 2020.

A investigação segue em andamento, com a análise do material apreendido e a realização de novas diligências para identificar outros envolvidos e mapear a estrutura financeira da organização.

O nome da operação, “Cancela de Ferro”, faz alusão tanto à localidade onde a extração ocorria, o Vale das Cancelas quanto ao minério explorado, o ferro, e simboliza o esforço de contenção à atividade ilegal.

Leila Santos é jornalista graduada pela Funorte, com sólida experiência em comunicação. Atuou como editora-chefe e possui passagens por emissoras de TV, assessorias de imprensa, agências de publicidade e veículos digitais. Atualmente, integra o Portal Webterra, onde alia técnica, ética e compromisso à produção de conteúdos jornalísticos de qualidade. Leitora dedicada e engajada em causas sociais, conduz seu trabalho com sensibilidade, responsabilidade e credibilidade.