Interrogo-me sobre o que poderei dizer sobre os personagens de João Guimarães Rosa e Mia Couto, eu que venho do Cerrado, enquanto Mia vem da Savana, e Guimarães do Sertão.
Influência
Apesar de estarem situadas em contextos geográficos e culturais diferentes, compartilhamos algumas semelhanças no que diz respeito à construção dos personagens.
Falo da importância da oralidade e da cultura popular, a influência da cultura oral, com a transmissão de histórias, lendas e saberes.
Esses são elementos importantes em nossas obras, como se pode observar na forma como os personagens de Guimarães Rosa e Mia Couto são construídos a partir da oralidade e da tradição popular.

Caçador de mim…
Essa certeza marcou a preparação desta minha coluna, uma vez que minha obra recebe influência de Nilton Loyola, também contador de casos.
Decidi, então, falar dos personagens da nossa escrita que tem muitas semelhanças.
E uma das principais é a busca por “identidade”.
Tanto Mia, quanto Rosa, e eu, podemos estar em uma jornada para descobrir quem somos, enfrentando desafios que nos ajudam a crescer e a entender melhor nossos próprios valores e crenças.

Falo, sim, que creio nas razões existentes a essa poderosa influência que João Guimarães Rosa e Mia Couto tem em minha escrita.
Na realidade, reconheço algumas razões pessoais que fizeram do meu encontro com a obra de Rosa e Mia, uma espécie de despertar na minha alma.
Algumas dessas razões, reconheço hoje. Enunciarei a seguir essas razões:
As personagens tanto das minhas obras, bem como das obras de Mia e Rosa, são retratadas como fontes de sabedoria e tradição oral.

Personagens
São personagens que, em algumas narrativas, representam a ligação com o passado e a cultura ancestral. Patanhoca: E representam a cultura popular e a tradição oral.
Utilizamos a tradição oral e a linguagem poética em nossas narrativas, e criamo personagens que refletem a cultura e a história de nossos respectivos contextos.
Principalmente, a linguagem arcaica e a cultura sertaneja, presentes em nossas histórias.
Mia Couto explora a cultura moçambicana e a memória cultural da Savana, Guimarães do Sertão, e eu, do Cerrado.
Nilton Loyola e Luciano Pacco são parceiros nesta linda travessia pelo Cerrado e Sertão Norte Mineiro.

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