Aquela dor incômoda no joelho, que aparece na maioria das vezes ao subir escadas, agachar ou ficar muito tempo sentado, pode não ser apenas “cansaço”. Esses sintomas podem indicar condropatia patelar, uma condição comum que afeta a cartilagem da patela, a rótula, e pode evoluir se não for tratada de maneira correta. A doença, no entanto, afeta tanto atletas profissionais quanto pessoas comuns.
Segundo o Doutor Michel Dias Lopes, ela pode ocorrer devido ao dano ou desgaste na cartilagem do osso da patela, estrutura que fica na parte frontal do joelho.
“Condropatia patelar, também chamada de condromalácia patelar, é uma condição caracterizada pelo desgaste ou amolecimento da cartilagem que recobre a parte posterior da patela, rótula, que se articula com o fêmur. Esse desgaste provoca dor na região anterior do joelho, especialmente ao subir ou descer escadas, agachar ou permanecer sentado por muito tempo com o joelho dobrado”, detalhou.
Ele explica também que essa é uma condição muito comum em atletas profissionais e amadores. “Não atinge apenas atletas profissionais. Pessoas comuns, inclusive sedentárias, também podem ser afetadas. Os principais grupos de risco incluem atletas, especialmente corredores, ciclistas e jogadores de futebol, pessoas com excesso de peso, mulheres, maior predisposição devido a fatores anatômicos, e pessoas com desequilíbrios musculares ou alterações no alinhamento dos joelhos”, comentou
Fatores que contribuem para a dor e como tratar
De acordo com o profissional, vários fatores podem levar ao desenvolvimento da enfermidade. “Pode ocorrer devido ao desequilíbrio muscular, especialmente fraqueza do quadríceps e glúteos, mau alinhamento da patela, excesso de impacto repetitivo nos joelhos, obesidade, que aumenta a carga sobre a articulação e sedentarismo, que enfraquece os músculos de suporte da articulação”, conta.
O diagnóstico é feito com base no histórico clínico e baseado nos sintomas, histórico e queixas do paciente.
“É feito com base no tipo de dor, atividades que agravam, através do exame físico, com teste de compressão patelar, avaliação de força e alinhamento e exames de imagem, sendo a ressonância magnética e radiografias”.
O ortopedista alerta que para prevenir a doença é importante combater o sedentarismo e evitar exercícios com grandes impactos. Por isso, ele alerta e ressalta que o tratamento varia conforme o grau medidas conservadoras, tais como o reforço muscular, alongamentos, fisioterapia, gelo para alívio da dor, analgésicos e anti-inflamatórios, se necessário, palmilhas ou órteses, em alguns casos.
“É fundamental ter uma mudança no estilo de vida, como perder peso e fazer a adaptação de atividades físicas, por exemplo, trocar corrida por bicicleta ou natação. Em relação ao tratamento cirúrgico, sendo casos graves e refratários, é feito a artroscopia para limpeza da articulação ou realinhamento da patela e transplante de cartilagem”, disse.
Prevenção e cuidados
Carlos Almeida precisou de cuidados para que as dores no joelho não ficassem mais sérias. Com apenas 25 anos, deixou o sonho de jogar futebol depois dos incômodos. A prevenção foi o que mais ajudou.
“Desde criança sempre tive o sonho de jogar futebol. Chegou em um momento, após um impacto jogando bola, as dores fortes começaram. Até tentei continuar e fazer o que mais gosto. Mas, o risco era maior. Passei a me cuidar mais e fui ao médico para me orientar. Hoje, jogo por diversão, mas sempre com cuidado”, falou.
Doutor Michel acrescenta que o combater e combater o sedentarismo e evitar exercícios de alto impacto, principalmente sem orientação, ajuda a prevenir ou controlar a condropatia patelar. “As dicas preventivas que passamos é de fortalecer a musculatura das pernas, corrigir a postura e o alinhamento dos joelhos e evitar uso excessivo de escadas, agachamentos profundos ou treinos de alto impacto mal orientados, usar calçados adequados e fazer aquecimento e alongamento antes de atividades físicas”, concluiu.
