PCMG prende pai adotivo em flagrante por estupro de vulnerável contra menina de 12 anos, em Montes Claros

O homem segue preso e confessou o crime - Foto: Maurício Lucco/Divulgação

Um homem, de 55 anos, foi preso por estupro de vulnerável após a filha adotiva dele, de 12 anos, denunciá-lo para a Polícia Civil em Montes Claros, no Norte de Minas, nessa segunda-feira (17/03).

A denúncia ocorreu após a adolescente assistir uma palestra na escola onde estuda, na qual uma policial civil e uma subinspetora foram homenageadas pelo Dia Internacional da Mulher. Durante o evento, em uma escola estadual da cidade, elas falaram sobre violência contra a mulher.

Na palestra, a subinspetora Sabrina desconfiou do comportamento da criança - Foto: PCMG/Divulgação
Na palestra, a subinspetora Sabrina desconfiou do comportamento da criança – Foto: PCMG/Divulgação

A criança foi adotada aos sete anos pelo casal e desde então era abusada. Quando a criança completou 10 anos de idade, o pai adotivo chegou as vias de fato e praticou o abuso sexual contra a vítima.

Segundo informações da delegada da Mulher, Karine Maia, responsável pelo caso, 70% dos crimes sexuais contra crianças e adolescente acontecem em ambiente doméstico.

“Diante de tudo isso, com a informação de que ele tinha praticado relação com ela ontem, a Delegacia de Mulheres conseguiu efetuar a prisão em flagrante logo na saída da escola, quando ele foi buscar a menina”, afirmou a delegada.

Investigações

De acordo com a delegada Karine Maia, enquanto a inspetora palestrava, percebeu que havia algo de errado com uma menina que assistia da plateia, pois ela demonstrava nervosismo e chegou a chorar durante a explicação sobre violência doméstica.

Diante da situação, após o término do evento, a subinspetora conversou com a diretora do colégio e pediu que ela tivesse um olhar mais atento à criança, que parecia estar precisando de ajuda. Dessa forma, os educadores passaram a monitorar a menina. Na segunda-feira (17/03), a vítima teve coragem de denunciar o pai adotivo e contar sobre os estupros.

“A gente já tinha constatado que havia ali uma violência e na data de ontem (17/03) ela revelou que vinha sendo abusada sexualmente pelo pai adotivo. Ela foi adotada aos sete anos de idade por este casal, que só tem ela de filha, e [ela contou] que ele vinha abusando sexualmente dela desde pequenininha”, afirmou a delegada. Com 10 anos passou a ter a conjunção carnal”, afirmou Karine Maia.

Ainda de acordo com a delegada da Mulher, Karine Maia, pelo fato da menina ter denunciado a violência sexual no dia exato em que ocorreu os fatos, a Delegacia de Mulheres conseguiu prender o suspeito em flagrante, no momento em que ele esperava a criança na porta da escola. “Ao ser preso, ele não demonstrou nenhuma reação, e inlcusive, ficou calado”, enfatizou.

Mãe adotiva não sabia

A vítima foi levada para realizar corpo de delito, profilaxia (para evitar doenças sexualmente transmissíveis), e coletar material. O pai adotivo da menina recusou-se a fornecer material genético para realizar o exame de DNA, para comprovar o crime. O que, segundo a Polícia Civil, é um grande indicativo do crime ter ocorrido.

A mãe adotiva da menina também foi interrogada e até então, não foi comprovado que a mulher sabia dos abusos. Caso ela tivesse permitido o abuso, ela também responderia pelo crime. “A mãe foi interrogada e não ficou em evidência que ela estaria sendo conivente”, explicou Maia.

Abusos ocorriam em casa

Pelo fato do homem ser aposentado, os estupros ocorriam na casa da família, quando a mãe estava no trabalho. O suspeito levava e buscava a menina na escola, e demonstrava um comportamento abusivo contra a criança, proibindo-a de ir ao recreio, conviver com os outros colegas, participar de aulas extras, ou eventos do colégio.

“A menina era obrigada a vestir roupas mais masculinas para não ficar feminina, chegou a cortar o cabelo da menina curto, alegando que seria por causa de piolho, e a menina ficou muito triste com isso. Chegou uma época que ele buscava a menina mais cedo na escola para que desse tempo dele chegar com ela e segundo a criança, manter a relação sexual, aproveitando um horário em que a mãe não tinha chegado ainda, porque a mulher trabalha fora”, destacou a delegada Karine Maia.

Estupro de vulnerável

Em audiência de custódia, o homem confessou o crime e permanece em prisão preventiva. Ele responderá por estupro de vulnerável, pois a menina tem menos de 14 anos, podendo cumprir pena de 8 a 15 anos, com agravantes que aumentam a pena, por ele ser o pai da menor.

PCMG por Elas

Foi lançado, nesta semana, o PCMG por Elas, projeto da gestão da Dra. Letícia Gambodge, para toda a Polícia Civil de Minas Gerais, que deverá estar em várias frentes de atuação em combate a violência contra a mulher.

A delegada da Mulher Karina Maia ressaltou que a Delegacia de Mulheres já realiza um trabalho para disseminar informações de prevenção contra a violência doméstica e estupro de vulnerável, através de palestras, eventos e redes sociais.

A PCMG alerta que os pais devem estar sempre atentos à rotina e comportamento das crianças e adolescentes, seja no ambiente escolar ou familiar, mantendo a comunicação com os menores, para prevenir e protegê-los.

Delegada Karine Maia falou do caso durante coletiva – Foto: Maurício Lucco/Divulgação
Sarah Thomé
Sarah Thomé é jornalista, formada pelo Centro Universitário Funorte, com passagens por veículos de comunicação, sendo portais e TV. Comprometida com a notícia, veracidade dos fatos e ética jornalística, atualmente, faz parte do time do Portal Webterra. Natural de Belo Horizonte-MG, é apaixonada por livros, escrita e animais.