Burnout: o adoecimento do trabalhador

Foto: Divulgação/Redes Sociais

A Síndrome de Burnout, ou síndrome do esgotamento profissional, é um dos maiores desafios da saúde mental no ambiente de trabalho contemporâneo. Reconhecida oficialmente pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma doença ocupacional desde 2022, essa condição é causada por altos níveis de estresse crônico relacionados ao trabalho. No Brasil, dados recentes mostram um aumento alarmante no número de afastamentos por Burnout. De acordo com o Ministério da Saúde, os registros subiram 136% entre 2019 e 2023, um reflexo da pressão constante enfrentada por trabalhadores em diversos setores.

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Sintomas psiquiátricos e psicológicos

Burnout não é apenas cansaço; seus sintomas incluem exaustão física e emocional, sensação de incapacidade, desmotivação e baixa autoestima. Psiquiatras alertam para o risco de desenvolvimento de ansiedade e depressão, que frequentemente acompanham a síndrome. Entre os sinais mais graves estão dificuldade de concentração, irritabilidade constante, crises de choro e, em alguns casos, pensamentos suicidas.

O psicólogo clínico Dr. Renato Mota explica:

“O esgotamento profissional é mais do que uma questão de produtividade. É um sinal de que o trabalhador está ultrapassando seus limites emocionais e físicos, sem tempo para recuperar sua energia”.

Tratamento e Prevenção

O tratamento para Burnout requer uma abordagem multidisciplinar. Sessões de psicoterapia, principalmente as baseadas na Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), são eficazes para ajudar os pacientes a identificar gatilhos e mudar padrões de pensamento. Em casos mais severos, medicamentos podem ser indicados por psiquiatras. A prática de atividades físicas, alimentação balanceada e momentos de lazer também são fundamentais.

No entanto, o papel das empresas na prevenção é crucial. Medidas como políticas de trabalho mais flexíveis, pausas regulares e apoio psicológico dentro das organizações podem evitar que o problema se agrave.

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Amparo legal no retorno ao trabalho

No Brasil, a legislação garante proteção ao trabalhador diagnosticado com Burnout. De acordo com o artigo 118 da Lei nº 8.213/91, quem retorna ao trabalho após afastamento por doença ocupacional tem estabilidade de 12 meses. Além disso, a Norma Regulamentadora nº 7 (NR-7) exige exames médicos para avaliar a aptidão do trabalhador antes do retorno.

Essas medidas são essenciais para assegurar que o colaborador tenha condições reais de reassumir suas atividades sem risco de recaída.

Alerta para a sociedade

O aumento dos casos de Burnout evidencia uma sociedade cada vez mais pressionada por resultados. Para especialistas, é essencial repensar o equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Burnout não deve ser encarado como uma fragilidade, mas como um alerta de que mudanças estruturais no ambiente de trabalho são necessárias.

A mensagem é clara: a saúde mental precisa ser prioridade. E buscar ajuda profissional não é apenas uma escolha, mas um passo essencial para recuperar a qualidade de vida e o equilíbrio emocional.

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