Feminicídio faz uma mulher vítima a cada 10 minutos no mundo, alerta relatório da ONU

Imagem ilustrativa | Divulgação

A cada 10 minutos, uma mulher é assassinada no mundo, segundo dados do mais recente relatório da ONU, publicado nesta segunda-feira (25/11). Em 2023, ao menos 85.000 mulheres adultas e jovens foram mortas de forma intencional, o que equivale a uma morte a cada 10 minutos, ou 140 assassinatos diários. O relatório destaca que o lar continua sendo o lugar mais perigoso para as mulheres, com 60% das vítimas assassinadas por seus parceiros ou membros da família.

O feminicídio é um fenômeno global que atinge diversas regiões, sendo mais prevalente no Caribe, na América Central e na África. Nas Américas e Europa, a maioria dos feminicídios é cometida pelo parceiro da vítima, enquanto em outras regiões, como na Ásia e no Oriente Médio, os autores são outros membros da família.

Em Minas Gerais, os números de feminicídios apresentaram uma redução, de acordo com dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (SEJUSP). O levantamento aponta que os feminicídios tiveram redução de 20,8% de janeiro a julho deste ano na comparação com o mesmo período do ano passado. Foram 80 mortes contra as 101 registradas nos sete primeiros meses de 2023. Os dados também são menores que os do mesmo período de 2022 (104). A redução também ocorre de forma amena, beirando a estabilização, nos casos de violência doméstica em geral, no estado. São 600 registros de violência contra a mulher a menos nos sete primeiros meses, uma redução de 0,7% (87.195 para 86.595).

Embora o estado tenha registrado uma diminuição nos casos de feminicídio, a violência contra a mulher ainda é uma preocupação, visto que ainda existem desafios a serem enfrentados, como a continuidade do apoio às vítimas e a efetiva aplicação das medidas protetivas.

Muitas vítimas de feminicídio em todo o mundo já haviam denunciado violência física, sexual ou psicológica antes de seus assassinatos. Isso sugere que muitas mortes poderiam ter sido evitadas com a implementação de medidas preventivas, como ordens judiciais e políticas públicas de proteção.

A ONU reforça a necessidade de fortalecer a legislação e melhorar a coleta de dados para garantir que mais mortes possam ser evitadas. A diretora da ONU Mulheres, Sima Bahous, destaca que o feminicídio “não é inevitável” e pede aos países que priorizem a criação de políticas públicas eficazes para prevenir essa violência. Em Minas Gerais e no mundo, é urgente que a sociedade e o poder público se unam para combater essa forma de violência e proteger as mulheres.

Emergência MG

A divulgação do levantamento da violência contra a mulher neste ano em Minas vai ser sucedida por uma campanha digital que colocará luz em um importante aliado das mineiras para pedidos de ajuda: o Emergência MG.

O Emergência MG é um serviço de acionamento das forças de segurança do Estado via internet, que muito pode beneficiar mulheres vítimas de violência. Isso porque permite que qualquer vítima em potencial ou em apuros possa acionar o 190 da Polícia Militar, por exemplo, apenas teclando em chat, sem precisar de usar a voz. Por meio do serviço, a mulher também pode compartilhar fotos, vídeos e sua geolocalização, facilitando o atendimento imediato das forças e a intervenção em caso de risco.

Leila Santos
Graduada em Jornalismo pela Funorte, Leila tem uma sólida trajetória na comunicação, com vasta experiência em diversos veículos de imprensa. Atualmente, faz parte da equipe do Portal Webterra, onde se destaca pela entrega de informações precisas e relevantes, sempre comprometida com a qualidade e a integridade jornalística.